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Nove paraibanos no Jogos do ParaPan

A Seleção Brasileira paralímpica que vai participar os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, que acontecerão de 17 a 26 de novembro, terá uma competidora de 14 anos e quase 80% da equipe sendo atletas com deficiência física. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou, no decorrer de três semanas, a convocação de 324 atletas de 17 modalidades que vão representar o país na competição na capital chilena. Foram convocados também 10 atletas-guia, três calheiros e dois goleiros.

Foram anunciados atletas das modalidades atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol PC (Paralisados Cerebrais), futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, rúgbi em cadeira de rodas, taekwondo, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo.

Segundo o CPB, 247 dos 324 atletas que vão representar o país na competição no Chile têm deficiência física (ou 76,5% do total). Estão entre eles nomes como o velocista paraibano Petrúcio Ferreira, tricampeão mundial e bi paralímpico da classe T47 (com deficiência nos membros superiores), a pernambucana Andreza Vitória, campeã mundial pela classe BC1 (que têm a opção de auxílio de ajudantes) da bocha, e a halterofilista Mariana D’Andrea, que tem nanismo, atual campeã mundial na categoria até 79kg em Dubai 2023, entre outros.

Também serão 65 atletas com deficiência visual, uma representatividade de 20,1% do total da Seleção Brasileira convocada. A nadadora pernambucana Carol Santiago (classe S12), dona de oito medalhas, sendo cinco ouros, no último Mundial de natação, em Manchester 2023, a velocista acreana Jerusa Geber (T11), aual campeã mundial, e o jogador brasiliense de goalball Leomon Moreno, tricampeão mundial e ouro nos Jogos de Tóquio 2020, estão entre eles.

Já competidores com deficiência intelectual serão apenas 11 (ou 3,4% do total), como a fundista piauiense Antônia Keyla, medalhista de prata nos 1.500m pela classe T20 no Mundial de Paris 2023, o velocista paulista Samuel Conceição, campeão mundial nos 400m T20 em Paris 2023, e o nadador paulista Gabriel Bandeira, campeão paralímpico e mundial pela classe S14.

Além disso, a delegação brasileira que disputará as provas em Santiago terá 41,35% de atletas mulheres – são 134 convocadas femininas ante os 190 homens competidores.

Já o atleta brasileiro mais novo que estará na capital chilena será a paranaense Kauana BeckenKamp, do badminton. Nascida em 10 de setembro de 2009, a jovem terá 14 anos durante as disputas do Parapan.

A mesatenista carioca Sophia Kelmer, a gaúcha Laura Fontoura, do badminton, e os nadadores paulistas Alessandra dos Santos e Victor Almeida, todos com 15 anos, também estarão entre os mais jovens do Brasil.

Já o mais experiente do país será o cearense Eugênio Franco, da modalidade tiro com arco, que disputará com o Parapan algumas semanas antes de completar 64 anos.

A campeã paralímpica e mundial Beth Gomes, que compete pelo arremesso de peso e lançamento de disco e dardo pela classe F53 (que competem sentados), e o paranaense Sérgio Vida, do tiro esportivo, também estarão entre os mais experientes da delegação brasileira com 58 anos.

RAIO-X DOS ESTADOS

Ao todo, os 324 atletas são de 23 estados e Distrito Federal. Apenas Mato Grosso, Tocantins, Alagoas não estão representados na delegação brasileira convocada para o Parapan.

A maioria é paulista: 86. O Brasil ainda tem 33 fluminenses, 26 mineiros e 25 paranaenses, 16 pernambucanos e 15 brasilienses, 13 catarinenses e outros 13 potiguares, além de 12 paraenses, como as principais regionalidades presentes em Santiago.

Em contrapartida, os Estados com menor representação entre os participantes em Santiago são Amapá e Piauí, com dois cada, e Roraima, Rondônia e Acre, com um atleta natural cada.



MODALIDADES

O atletismo conta com o maior número de atletas na convocação: 60, sendo 35 homens e 25 mulheres, além de nove atletas-guia. Campeões paralímpicos e mundiais como os lançadores Alessandro Silva e Beth Gomes, o velocista Petrúcio Ferreira e o fundista Yeltsin Jacques estão entre os convocados.

O atletismo é uma das modalidades mais vencedoras na missão brasileira em Jogos Parapan-Americanos. Em Lima 2019, foram conquistados 82 pódios no total nas provas de pista e campo, sendo 33 ouros, 26 pratas e 23 bronzes.

Já a natação conta com o segundo maior número de atletas na convocação, sendo 21 homens e 17 mulheres. Campeões paralímpicos e mundiais como Carol Santiago (S12 – baixa visão), Gabriel Araújo (S2 – limitações físico-motora), Gabriel Bandeira (S14 – deficiência intelectual), e Talisson Glock (S6 – limitações físico-motora) estão entre os convocados.

A natação também é uma das mais vencedoras na missão brasileira em Parapans. Somente em Lima 2019, foram 127 pódios conquistados no total, sendo 53 ouros, 45 pratas e 29 bronzes. A Seleção Brasileira de natação paralímpica foi ao Peru com 40 atletas.

Badminton, com 32 atletas, tênis de mesa, com 26, basquete em cadeira de rodas, com 24, e halterofilismo e taekwondo, com 20 cada, estão também entre as maiores Seleções Brasileiras em número de atletas na competição na capital chilena.

Em contrapartida, tênis em cadeira de rodas, com seis atletas convocados, e tiro com arco, com cinco, serão as modalidades com a menor quantidade de participantes brasileiros em Santiago 2023.

Estarão presentes em Santiago ainda 31 profissionais que vão compor as equipes administrativa e de Saúde do CPB. Ao todo, serão um chefe de missão, três subchefes de missão, oito oficiais administrativos, seis médicos, três fisioterapeutas, três psicólogos, dois nutricionistas, um classificador, um cientista do esporte, uma assessora de imprensa, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem para apoio aos atletas durante a competição na capital chilena.

Desde 2007, quando a competição passou a ser realizada na mesma sede dos Jogos Pan-Americanos (tal qual ocorre nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos), os atletas brasileiros não conhecem outro resultado que não seja o primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Foi assim no Rio 2007, em Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019.

Neste último, o Brasil entrou para história com recorde de conquistas. A delegação brasileira chegou à inédita marca de 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país somou tantas vitórias em uma única edição de Parapan.

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