Há dezenove anos, o futebol brasileiro perdia aquele que provavelmente se tornaria um dos maiores jogadores do mundo. Dener Augusto de Sousa, 23 anos, teve a carreira interrompida pela fatalidade – em um acidente automobilístico na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, em 19 de Abril de 1994.
O garoto que cresceu no bairro da Vila Edna – zona norte de São Paulo – foi revelado pela Portuguesa de Desportos em 1992, quando o time da Lusa conquistou a Copa São Paulo de Juniores.
Dai pra frente o Brasil pôde conhecer o talento e a genialidade de um jogador que fazia arte em forma de dribles e belas jogadas.
Para Dener o gol era um mero detalhe. Ele sempre dizia que um drible bem feito era muito mais bonito. Talvez por isso ele nunca tenha sido um artilheiro.
Também não precisava. Dener já era artista: as vezes mágico, as vezes passista. Quando a bola estava em seus pés parecia encontrar sua melhor companhia.
Era legitimo representante do futebol moleque, daqueles jogado nas ruas cheio de ousadia.
Dentro de campo o garoto fazia a sua brincadeira predileta: driblar os adversários.
Além da Portuguesa, Dener jogou no Grêmio – onde foi campeão gaucho de 93 – e Vasco da Gama, seu ultimo time.
E foi pelo time carioca que o craque Dener fez uma das suas melhores apresentações. Em um amistoso na Argentina contra o Newls Old Boys, desfilou seu repertório de jogadas com dribles desconcertantes. Impressionando assim um adversário especial naquela noite.
Diego Armando Maradona, encantado com o brasileiro, chegou a projeta-lo como futuro melhor do planeta. Nada mal vindo de um dos maiores ídolos da história do futebol mundial.
Mas o ano de 94, que parecia ser especial para Dener, acabou encurtado pela sua morte inesperada. O craque silenciava, deixando órfão não só os torcedores dos clubes que defendeu, mas a todos que tinham admiração pelo seu futebol.
Para quem esperava vê-lo brilhando com a camisa da seleção na Copa dos Estados Unidos, teve que se conformar com sua despedida prematura dos gramados e da vida.
As jogadas e os dribles de Dener na Copa ficavam agora só na imaginação dos torcedores. Já o que ele protagonizou, mesmo em sua curta passagem pelos gramados, vai ficar pra sempre eternizados na memória dos brasileiros.
Se naquele dia 19 de abril o futebol moleque perdia seu maior representante, o destino fez questão de anos depois nos presentear mais uma vez com outra joia. Inevitável não compara-lo com Neymar, pois como uma espécie de magia, os dribles e as jogadas de Dener parecem reencarnar agora nesse novo gênio do Brasil.
