Silenciosamente, um time discreto de atletas trabalha para conquistar o primeiro ouro paraibano nas Olimpíadas 2016 no Brasil.
Valdeno Brito no automobilismo, Pretinha em maratonas, Fábio Gouveia no surfe, as meninas do handeboll , Caio Márcio na natação – a Paraíba tem produzido um grupo pequeno, mas qualitativo, de atletas de ponta. Os paraibanos ainda não sabem, mas esse time será ampliado em breve. E em um esporte ainda pouco conhecido: o levantamento olímpico.
Treinando discretamente, o time paraibano já faz do estado uma das três potências nacionais no levantamento de peso – ao lado de Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Tudo começou em 2008 quando o professor Wagner Sousa de Araujo – único treinador de atletas do levantamento olímpico do Nordeste – resolveu desenvolver o projeto com garotos no centro esportivo do SESI, no bairro do Costa e Silva, em João Pessoa.
O que o professor Wagner não imaginava era que em tão pouco tempo o seu trabalho iria colher tantos frutos para o esporte paraibano.
Somando todas as categorias de sub 15, sub, 17 e sub 20, hoje a Paraíba já tem mais de 100 títulos nacionais entre o masculino e o feminino.
Além das conquistas, o treinador também se orgulha do fato de três atletas paraibanos, mesmos com idade sub-20, terem atingido o nível adulto, integrando a seleção brasileira de levantamento olímpico, no Rio de Janeiro, onde treinam visando campeonatos mundiais e jogos olímpicos.
“No inicio eu acreditava em fazer uma base para o futuro e não esperava , em cinco anos, ter um resultado como aconteceu. Hoje a Paraíba é uma potência e a meta é ter pelo menos um atleta nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.”
Além dos atletas que estão no Rio de Janeiro desde 2011, o trabalho do professor Wagner não para de revelar talentos.
Destaque para o jovem Michel Brito, de 17 anos, cotado para se o substituto do atual campeão Panaméricano, o paulista Fernando Reis. Entre os principais resultados dele na carreira tem um primeiro lugar no Brasileiro sub 15, também primeiro lugar no sub 17, um terceiro lugar no sub 20, além de dois segundos lugares no Sulamericano e um terceiro no Pan sub 17, ambos no Chile no ano passado.
Outra promessa é Joalisom, de 16 anos. Com apenas um ano treinando com o professor Wagner ele já foi campeão brasileiro sub 17, na categoria até 50 quilos, e um terceiro lugar no brasileiro adulto, em Minas Gerais.
Apesar do professor ressaltar o apoio do centro esportivo do SESI, que oferece toda estrutura com um local adequado para os treinos e o suporte financeiro para as viagens, ele também lamenta a falta de patrocino para o esporte.
“O equipamento usado pelos atletas – como sapatilha, short térmico, luvas e cinto cervical – são todos desenvolvidos especialmente para este tipo de esporte e custam muito caro. Muitas vezes tenho que tirar do próprio bolso para ajudar”.
Alguns atletas que se encaixam dentro do índice Saint Clair, coeficiente do peso corporal pelo peso levantado feito pelo Ministério dos Esportes, recebem uma bolsa ajuda do Governo Federal, mas já foi dada entrada no bolsa atleta junto ao Governo do Estado para que os atletas sub-15 também possam ser contemplados.
A ideia é “azeitar” ainda mais o processo de produção de atletas de ponta – craques que não chamam tanta atenção quanto os da bola, mas podem surpreender as arquibancadas paraibanas com o ineditismo da medalha mais cobiçada do esporte.
SERVIÇO:
Para quem se interessar em praticar o levantamento olímpico é só procurar o professor Wagner Sousa no SESI que ele fará todo o processo de avaliação e inicialização do jovem no esporte.
Segundo o professor Wagner, a idade ideal para começar no levantamento olímpico é entre dez e onze anos de idade.
Por Maxwell Oliveira

















