O paulista André Rocha foi o grande destaque da noite de gala do Prêmio Paralímpicos 2017. Foi ele o escolhido pelo público como o “Atleta da Galera” – premiação criada neste ano e que mobilizou os atletas nas redes sociais com campanhas para conseguir votos. O paraibano, Petrúcio Ferreira se destaca como melhor no atletismo (foto).
O nadador Daniel Dias foi selecionado o melhor atleta masculino, enquanto a judoca Alana Maldonado venceu a versão feminina da disputa. A cerimônia aconteceu na noite desta segunda-feira, 4, na Sala São Paulo. Esta foi a sétima edição do Prêmio Paralímpicos – a maior honraria do movimento paralímpico nacional.
“Os atletas cada vez mais fazem jus a uma celebração maior, uma festa proporcional às suas conquistas. Esse Prêmio Paralímpicos é o mínimo de reconhecimento que eles merecem. É um momento de muita alegria, pois acompanhamos a dedicação dos atletas, técnicos e homenagear estes grandes heróis paralímpicos. “, disse o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado.
Nascido em Taubaté, no interior de São Paulo, André sagrou-se campeão mundial do lançamento de disco F52, neste ano, em Londres. Ele conseguiu 60,31% dos votos, em pleito realizado por meio do site do Prêmio Paralímpicos. Em segundo lugar ficou a velocista Verônica Hipólito, com 22,34% e, em terceiro, Brendow Christian (17,35%), cuja especialidade são as provas de campo do atletismo.
“Fiquei surpreso, porque em meio a um número imenso de atletas eu consegui passar para a segunda fase. Não esperava, tampouco chegar até aqui. A minha cidade, Taubaté, abraçou muito essa causa e este Prêmio. Gostamos muito de esporte e foi uma corrente positiva incrível”, disse André Rocha, que era policial militar e, em uma perseguição no fim de 2005, caiu de um muro e sofreu uma severa lesão na coluna que lhe tirou os movimentos dos membros inferiores.
O nadador Daniel Dias venceu pela terceira vez o prêmio de melhor atleta paralímpico masculino de uma temporada. Daniel havia sido eleito em 2011 e em 2013, e voltou a superar os concorrentes, sobretudo com sua performance na recém-criada World Series da modalidade, em que sagrou-se campeão. Vale ressaltar que as premiações foram escolhidas por um comitê interno. Da Cidade do México, onde disputa até o dia 8 o Mundial Paralímpico de Natação, o paulista mandou seu recado ao público.
“Fico muito contente de receber mais uma vez esta premiação. É gratificante saber que tenho o carinho e a torcida das pessoas. Não pude estar presente porque estou representando o Brasil aqui no México, mas agradeço de coração a premiação”, disse Daniel Dias, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita.
Entre as mulheres, pela primeira vez uma judoca foi escolhida. Ouro na Copa do Mundo de Tashkent, no Uzbequistão, prata no Grand Prix Internacional, em São Paulo, e ouro no Campeonato Brasileiro, a paulista de Tupã Alana Maldonado, 22, foi a principal atleta feminina da temporada.
“Estou emocionada com esta premiação. Queria agradecer à minha equipe técnica, meus colegas de treino e à minha família que me dá suporte diariamente. Muito obrigado a todos”, disse Alana, que foi diagnosticada com a doença de Stargardt aos 14 anos e disputa o judô para cegos desde 2014.
Foram premiados ainda os destaques de cada uma das 22 modalidades que compõem o programa dos Jogos Paralímpicos de Verão, além do melhor atleta paralímpico de 2007 no futebol de 7, vela adaptada e em esportes na neve. Pedrinho Almeida, mentor do velocista Petrúcio Ferreira, foi escolhido como o melhor treinador individual, enquanto Fábio Vasconcelos, que dirige a Seleção Brasileira de futebol de 5, foi selecionado o melhor técnico de modalidades coletivas. Mariana D’Andréa, 19, que está no México para a disputa do Mundial Paralímpico de Halterofilismo, foi selecionada como a revelação da temporada.
O Prêmio Paralímpicos também celebrou duas pessoas em homenagem aos 60 anos do Movimento Paralímpico no Brasil. A secretária de estado dos direitos da pessoa com deficiência, Linamara Rizzo Battistella, entregou a honraria a Sylvio Moreira, médico que começou a trabalhar com o esporte paralímpico na década de 70, no Clube do Otimismo, e integrou a equipe médica brasileira em diversas competições internacionais. Zaíra do Nascimento de Melo também foi lembrada. A enfermeira, conhecida como Tia Zaíra, fez parte do time médico do país em cinco Paralimpíadas.
O Prêmio Aldo Miccolis, entregue a pessoas que dedicaram a vida ao esporte paralímpico, foi dado à deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) – relatora da Lei Brasileira de Inclusão, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Por fim, a Associação Paralímpica de Indaiatuba (ADI APIN) faturou o Prêmio Clube Caixa 2017, que coroa o trabalho de um clube ou associação de destaque no ano. A ADI figura entre as três melhores do Brasil na natação desde 2011 e detém atletas na Seleção Brasileira adulta, de jovens e escolar.
Confira abaixo a relação completa dos vencedores por modalidade
Atletismo – Petrúcio Ferreira
Basquete em CR – Gelson da Silva
Bocha – Evelyn Oliveira
Canoagem – Caio Ribeiro
Ciclismo – Lauro Chaman
Esgrima em CR – Jovane Guissone
Esportes na neve – Aline Rocha
Futebol de 5 – Ricardinho Alves
Futebol de 7 – Jan Francisco
Goalball – Josemarcio Sousa
Halterofilismo – Bruno Carra
Hipismo – Sérgio Oliva
Judô – Alana Maldonado
Natação – Daniel Dias
Parabadminton – Vitor Tavares
Parataekwondo – Débora Menezes
Remo – Jairo Klug
Rugby em CR – Julio Cézar Braz
Tênis de mesa – Danielle Rauen
Tênis em CR – Ymanitu Silva
Tiro com arco – Francisco Cordeiro
Tiro esportivo – Geraldo Von Rosenthal
Triatlo – Carlos Viana
Vela adaptada – Ana Paula Marques
Vôlei sentado – Fred Dória