Paralimpíadas de Paris 2024: a um ano dos Jogos, Brasil encaminha participação histórica - SóEsporte
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Paralimpíadas de Paris 2024: a um ano dos Jogos, Brasil encaminha participação histórica

Paralimpíadas de Paris 2024: a um ano dos Jogos, Brasil encaminha participação histórica

O dia 28 de agosto marca exatamente um ano para o início das Paralimpíadas de Paris 2024. Sétimo colocado no quadro de medalhas em Tóquio 2020, o Brasil tem tudo para fazer sua melhor participação na história dos Jogos. É o que acredita o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons. Recentemente, o país obteve resultados excelentes no Mundial de Atletismo (2º com 47 medalhas) e Natação (4º com 46 medalhas). Confira abaixo quem são os atletas em destaque no Brasil.

Eu não tenho dúvidas de que o Brasil fará a maior campanha da história. O Brasil vem muito forte nas competições internacionais. A gente teve há pouco tempo mundiais que são grandes balizadores, porque têm muitas medalhas em disputa, e o Brasil foi muito bem nas duas modalidades.

Bons números no ciclismo, o Brasil está muito forte no futebol de cinco, foi campeão mundial no voleibol sentado feminino. Então, o Brasil, na minha avaliação, vai fazer a sua maior campanha na história agora em Paris – explicou Andrew Parsons, em entrevista ao repórter José Maurício Junior.

As Paralimpíadas de Paris serão realizadas entre os dias 28 de agosto e 08 de setembro de 2024. Ao todo participarão 4.400 atletas, além de 2.500 acompanhantes de até 184 países. Serão realizados 549 eventos em 22 modalidades diferentes – o programa será o mesmo de Tóquio 2020.

Após arquibancadas vazias por conta da pandemia na última edição dos Jogos, Paris 2024 quer ficar marcada pelo maior público da história com 2,8 milhões de espectadores presentes, 100 mil a mais do que a edição de Londres 2012.

Agora é hora de duas coisas. A primeira é ajustar detalhes de operação, então nós já começamos as ondas de eventos testes para testar na prática a entrega de competições esportivas nas instalações e o que a gente pode aprender, o que deu errado, qual é o gargalo. E a segunda é a promoção e venda de ingressos. Os bilhetes estarão à venda a partir de 9 de outubro. Nossa ambição é vender todos antes da cerimônia de abertura, seria a primeira vez. E vendendo os 2,8 milhões seriam as Paralimpíadas de maior público na história – disse Andrew.

Os Jogos de Paris 2024 serão marcados também pelas arenas emblemáticas, no coração de Paris, próximas dos monumentos turísticos mais visitados do mundo. As partidas de futebol de cegos serão realizadas aos “pés” da Torre Eiffel. O Jardim do Palácio de Versalhes vai receber os eventos equestres. E as quadras de saibro de Roland Garros serão palco do tênis em cadeira de rodas.

Essa é uma edição de Jogos que a gente acha que vai ser a mais espetacular de todos os tempos. Os espectadores voltando, as instalações ao lado ou muito próximas de lugares icônicos. Você tem uma série de lugares emblemáticos para o esporte ou importantes para a humanidade que estão do lado das nossas instalações. Isso vai trazer uma atmosfera incrível para os Jogos. E o esporte paralímpico tem melhorado, tem se destacado. É uma evolução enorme na performance dos atletas ao longo dos últimos anos, desde Londres 2012 que foi a última vez que a gente esteve na Europa – explicou.

Em Tóquio 2020, o Brasil terminou na sétima posição do quadro com 72 medalhas conquistas (22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze). Na ocasião, a delegação brasileira igualou o número de pódios da Rio 2016 e a posição no quadro de medalhas de Londres 2012. Para Paris 2024, China, Grã-Bretanha e Estados Unidos seguem entre os favoritos – primeiro, segundo e terceiro colocados respectivamente em 2020.

Ainda tem umas caras novas aí. Você tem a Holanda que terminou a última edição em quinto lugar, um país pequeno, mas que faz um trabalho muito bom. A Itália é um país que vem crescendo muito. Foi um dos poucos países que ficaram à frente do Brasil nos dois mundiais recentes de natação e atletismo. Eles vêm fazendo um trabalho muito bom. E alguns países interessantes como Azerbaijão, Uzbequistão, países que vêm evoluindo com um trabalho bem feito. Fora os tradicionais Grã- Bretanha, China, Estados Unidos e Austrália.

Para ficar de olho no Brasil

Atletismo

No atletismo, o Brasil fez história ao faturar 47 medalhas no Mundial realizado em Paris, como evento-teste. O país ficou em segundo lugar no quadro geral, atrás da China. Os brasileiros chegaram a conquistar o mesmo número de pódios dos chineses, porém perderam no número de ouros, dois a menos que os adversários. Destaque para a renovação da delegação brasileira, que competiu com 22 estreantes.

Se os novos responderam às expectativas, os experientes repetiram os bons resultados. Petrucio Ferreira conquistou seu terceiro título mundial seguido nos 100m rasos da categoria T47 ao anotar 10s37. Aos 41 anos, Jerusa dos Santos venceu os 100m e os 200m na categoria T11. Alessandro Silva também manteve sua rotina no lançamento de disco da classe F11 ao levar o tricampeonato mundial – o atleta tem conquistado todas as competições desta prova desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015.

Natação

O Brasil terminou o Mundial Paralímpico de Natação em Manchester, na Inglaterra, na quarta posição com 46 medalhas (16 ouros, 11 pratas e 19 bronzes). Oito delas, sendo cinco douradas, foram conquistadas por Carol Santiago nas classes S12 e S13. No masculino, Gabriel Araújo, o Gabrielzinho se destacou com quebra de recorde e três ouros na classe S2 – 200m livre, 50m e 100m costas.

Halterofilismo

Ouro em Tóquio 2020, Mariana D’Andrea fez história recentemente ao conquistar o primeiro título do Brasil em um Campeonato Mundial de halterofilismo. Em Dubai, a brasileira ainda quebrou o recorde mundial na categoria até 79kg ao suportar 151kg em sua terceira tentativa.

Canoagem

No Mundial de Duisburgo, na Alemanha, o Brasil também teve ótimos resultados com a paracanoagem. Foram seis medalhas conquistadas, além de quatro vagas para os Jogos de Paris 2024. Destaque para a dobradinha no VL2M 200m. Campeão paralímpico da prova, Fernando Rufino ficou com o ouro também no mundial, seguido por Igor Toffalini, prata.

Futebol de cegos

Apesar do bronze na Copa do Mundo de 2023, o Brasil ainda é o grande nome a ser batido no futebol de cegos. A seleção foi campeã de todas as edições da modalidade nos Jogos. São cinco títulos conquistados. Sem contar que, em Birmingham, na Inglaterra, o time não contou com seu principal craque, o tetracampeão paralímpico Ricardinho, lesionado no joelho. O Brasil perdeu nos pênaltis para a China nas semifinais da Copa do Mundo. Na disputa do terceiro lugar goleou a Colômbia por 7 a 1.

Vôlei Sentado

Vale lembrar que ainda em 2022, a seleção feminina de vôlei sentado conquistou em Saravejo, na Bósnia e Herzegovina, seu primeiro título mundial na história da modalidade. As meninas venceram na final o Canadá e garantiram a presença brasileira nas Paralimpíadas de Paris em 2024.

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