O dr. Beny Schmidt, chefe do laboratório de patologia neuromuscular da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), questiona a eficácia do tratamento com líquido de placenta equina realizado na Sérvia pelo jogador Diego Costa. O objetivo do atleta era acelerar sua recuperação após sofrer uma lesão muscular grau 1 na coxa direita.
Schmidt e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de biópsias musculares do mundo. O médico está à disposição para falar mais sobre a eficácia do tratamento e explicar o porquê de ela não ser uma opção tão eficiente.
“Toda vez que se manipula o músculo para que ele se regenere antes do previsto, corre-se um risco muito grande de ter uma recuperação com fibrose. Além disso, o músculo fica predisposto a uma ruptura muito maior em um futuro próximo”, explica o especialista.
Segundo Schmidt, a literatura médica reconhece como manipulações convencionais e seguras procedimentos como fisioterapia, ondas curtas, calor e inteligência neuromuscular. “Estes sim são realmente benéficos tanto no que diz respeito a tempo de recuperação quanto na qualidade do novo músculo formado”, diz.
O médico afirma ainda que o uso de placenta de égua e de outras substâncias tópicas gera absorção e ação regenerativa mínimas dentro da carne. “A melhor regeneração muscular que existe é aquela realizada pela natureza. Portanto, o ideal é sempre aguardar que o músculo se regenere sozinho, sobretudo em atletas amadores, que podem esperar pela recuperação”, finaliza o patologista.

















