Brasileira sobe no pódio para receber a primeira medalha olímpica de um país da América do Sul na modalidade
O último dia das Olimpíadas de Londres reservou uma emocionante surpresa para o Brasil. Em um dos últimos pódios da competição, a poucas horas do início da Cerimônia de Encerramento, a brasileira Yane Marques fez história ao receber o bronze no Pentatlo Moderno. É a primeira medalha olímpica de um país sul-americano na modalidade, que, na capital inglesa, completou 100 anos nos Jogos.
Yane chegou à maior conquista da sua vida somando 5.340 pontos. A número um do ranking mundial da União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM), a lituana Laura Asadauskaite, conquistou o ouro com 5.408 pontos, quebrando o recorde olímpico de pontuação total da modalidade. A inglesa Samantha Murray levou ao delírio o público que lotou o Greenwich Park ao garantir a prata (5.356).
“Tudo que eu falei antes de chegar aqui aconteceu. Cheguei no auge da minha forma física, joguei muito bem taticamente durante a prova e, como eu dizia, se tudo corresse bem, teríamos o que comemorar. Estou orgulhosa, é uma responsabilidade”, comemora Yane.
Competindo na modalidade desde 2003, a pernambucana vem quebrando sucessivos recordes para o Brasil no Pentatlo Moderno. Aos 28 anos de idade, já é o maior nome do país na história do esporte.
Com o bronze em Londres, a pentatleta supera sua própria marca em uma Olimpíada – foi a 18ª em Pequim – e faz com que o Brasil tenha a sua melhor participação da modalidade nos Jogos. Até hoje, o melhor desempenho de um pentatleta brasileiro no torneio tinha sido em Helsinque 1952 (Finlândia), quando o país foi o sexto na disputa por equipes e 10º na individual com Eduardo Medeiros.
Única representante brasileira dentre os 72 pentatletas que competiram em Londres – 36 em cada gênero, Yane torce para que o bronze traga olhares para a modalidade no país. “Eu queria que essa fosse a última Olimpíada com apenas um brasileiro participando no Pentatlo. Tenho certeza de que a partir de 2016 essa historia vai mudar”, espera.
Yane teve uma regularidade ao longo das cinco provas da disputa em Londres e se manteve durante todo o tempo no topo da briga pelas medalhas. Na esgrima, no Copper Box, ela teve o sexto melhor desempenho dentre todas as competidoras, vencendo 21 dos 35 duelos disputados. Conquistou 904 pontos na prova.
Na natação (Centro Aquático), também fez o sexto melhor resultado, nadando os 200 metros estilo livre em 2min12s39. Na piscina, a húngara Sarolta Kovacs quebrou o recorde olímpico da prova com 2min08s11.
Depois das duas primeiras disputas do dia, Yane foi para o segundo lugar geral, ficando atrás somente da húngara Adrienn Toth.
No hipismo, ela fez a 12ª melhor apresentação com o cavalo ‘over the odds’, somando 1.152 pontos. O resultado fez com que ela fosse para a primeira colocação geral, empatada com a futura campeã olímpica.
As duas iniciaram o evento combinado de tiro e corrida juntas. Asadauskaite manteve o ritmo para cruzar a linha de chegada primeiro, em 11min55s64. A inglesa Samantha Murray, que largou em quarto, oito segundos depois delas, acelerou e conseguiu fechar a prova em segundo (12min00s59).
Yane ainda teve a norte-americana Margaux Isaksen (ouro no Pan de Guadalajara) na sua cola, mas garantiu o terceiro lugar. A brasileira terminou as três séries de cinco acertos de tiro intercaladas com os três mil metros de corrida em 12min12s08. Foi o 12º melhor tempo do evento, que lhe garantiu 2.072 pontos e o bronze.
Na prova que encerrou a disputa, a bielorussa Anastasiya Prokopenko quebrou o recorde olímpico, atirando e correndo em 11min06s.
Ontem, os homens encararam a disputa masculina do Pentatlo Moderno em Londres. O tcheco David Svobda ficou com o ouro com 5.928 pontos. A prata ficou com o chinês Zhongrong Cao (5.904) e o bronze com o húngaro Adam Marosi (5.836).
Soesporte/CBPM