Pequim 2022: Patinadora Russa de 15 anos cai no doping
Mais uma vez a Rússia é protagonista de um escândalo de doping.
Kamila Valieva, adolescente sensação da patinação artística de apenas 15 anos,
era a grande estrela das Olimpíadas. Valieva realizou dois saltos quádruplos na
patinagem artística, algo nunca visto a nível olímpico. Contudo, a atleta testou
positivo em um exame realizado em dezembro, foi suspensa automaticamente na
terça (08), teve a suspensão revogada pela Rússia na quarta (09) e, agora, o
Comitê Olímpico Internacional (COI) trabalha para proibi-la de continuar competindo
na China.
Atletas russos estão competindo em Pequim sem sua bandeira e hino nacional por
causa de sanções contra a Rússia por violações anteriores. A Rússia reconheceu
algumas deficiências na implementação das regras antidoping, mas nega a
execução de um programa de doping patrocinado pelo Estado.
Essa não é a primeira vez que a Rússia se envolve em casos de doping. Em 2015
surgiram evidências de casos de doping em massa no esporte do país. Em 2019, a
WADA, Agência Mundial Antidoping, concluiu que os russos alteraram dados
laboratoriais sem autorização, plantaram evidências falsas e apagaram arquivos
conclusivos de possíveis casos de doping. Tudo isso patrocinado pelo governo
local. Por isso, para poder competir nas Olímpiadas de Tokyo (2020/21), atletas
considerados “limpos” competiram pelo Comitê Olímpico Russo (ROC) não podendo
fazer alusões a bandeira ou até mesmo ao hino do país.
A ITA – uma agência independente que tem administrado a área de combate ao
doping de diversas federações internacionais e do Comitê Olímpico Internacional
(COI) – confirmou que Valieva testou positivo para trimetazidina, um modulador
metabólico, em exame colhido no Campeonato Russo no dia de Natal pela agência
antidoping da Rússia, a RUSADA. Como o laboratório de Moscou segue fechado, a
amostra foi enviada ao laboratório de Estocolmo, na Suécia, que na terça (08)
informou a RUSADA do resultado positivo para o modulador.
A agência russa decidiu suspender Valieva provisoriamente, mas voltou atrás
depois de uma apelação da atleta. Isso permitiu a Valieva treinar em Pequim.
A ITA frisa que “Kamila Valieva, membro da delegação do Comitê Olímpico Russo
(ROC) em Pequim, é menor de idade e, portanto, uma PESSOA PROTEGIDA
sob o Código Mundial Antidoping” esse status se aplica a pessoas abaixo da idade
de 16.
A principal autoridade antidoping dos Estados Unidos, Travis Tygart, chefe da
Agência Antidoping dos EUA (Usada), disse à Reuters que “ela (Valiela) está sendo
mastigada (por doping) pelo sistema estatal russo”.
Por enquanto, as medalhas do time russo nem sequer foram entregues.
Por Julia Hellen – Estagiária
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