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Personalidades Negras

LNB dá prosseguimento às ações realizadas pelo Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB e apresenta José do Patrocínio, no terceiro capítulo da série Personalidades Negras

A Liga Nacional de Basquete dá prosseguimento às ações realizadas pelo Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB com o primeiro capítulo da série Personalidades Negras. Conhecer personagens históricos brasileiros negros faz parte do importante processo de letramento racial. Além disso, mensalmente, um jogador negro do NBB CAIXA fará uma indicação de livro, filme, peça de teatro ou uma manifestação artística que tenha a cultura negra como tema principal.

José do Patrocínio

Nasceu em Campos, RJ, em 9 de outubro de 1853, atuou como jornalista, farmacêutico e poeta romancista, sendo um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a Cadeira n.º 21, cujo patrono é Joaquim Serra.

Filho do Padre João Carlos Monteiro, vigário da paróquia e orador sacro de grande fama na capela imperial, e da Sra. Justina, uma escrava liberta que tinha a profissão de quitandeira. Não foi assumido como filho pelo pai, mandado assim como homem livre para uma das fazendas paternas, onde teve acesso à educação de qualidade e vivenciou de perto a situação dos escravos na fazenda, estimulando assim sua veia revolucionária.

Apesar de ser livre, nunca foi integrado à sociedade devido à sua cor, fato que fez aliar-se a outras figuras negras importantes da época, criando a Confederação Abolicionista: uma organização política criada em 1883, com o objetivo de pressionar o governo brasileiro para que pusesse fim à escravidão e comprando o jornal Gazeta da Tarde, onde utilizou esse espaço na imprensa como plataforma para divulgar essas ideias para a sociedade, ações essas que resultaram em forte influência para a assinatura da Lei Áurea, que decretou oficialmente o fim da escravidão.

Após a assinatura da Lei Áurea, ele continuou sua militância como jornalista, se empenhando em usar as publicações do seu jornal para falar da inclusão do ex-escravizado à população liberta nos pós-assinatura. Como nessa época era vereador, foi considerado opositor ao governo da época por tal posicionamento, resultando em um período de exílio. Nesse período, destaca-se sua participação na proclamação da República; relatos indicam que essa iniciativa partiu dele muito antes de Marechal Deodoro.

Ainda no final da vida, após uma viagem, foi responsável por trazer um dos primeiros automóveis para o Brasil da França. Anos depois, ele construiu o primeiro Balão Dirigível, chamado de Santa Cruz.

Toque cultural NBB CAIXA

Com um currículo gigantesco no NBB CAIXA, Gui Deodato, atualmente atleta do Flamengo, sugeriu como indicação o livro Pequeno manual antirracista, da escritora Djamila Ribeiro. A obra, que foi publicada em sua primeira edição em novembro 2019 pela Companhia das Letras, tem 65 páginas em dez capítulos curtos e contundentes. A autora trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Ela presenta ainda caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.

“Fala-se muito sobre entender a condição do outro, mas ser empático é uma construção intelectual, ética e política, como cita Djamila Ribeiro nesse livro. A prática antirracista requer uma ótima escuta e profundidade, e esse livro é um ótimo começo!”, afirmou Gui Deodato.

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