A semana de treinamento intensivo no Centro de Excelência em Saltos Ornamentais da Universidade de Brasília (UnB), em maio, serviu para a técnica Andréia Boehme, do Fluminense e da seleção brasileira, preparar os atletas para novos saltos, que serão incorporados às apresentações da equipe no Mundial de Desportos Aquáticos de Kazan, na Rússia (de 17 de julho a 02 de agosto).Houve melhora de entradas, por exemplo, como explica a treinadora, porque o trabalho é facilitado pelos equipamentos existentes no local, comprados com recursos do Ministério do Esporte. “Mesmo com um tempo curto, deu para ver uma evolução dos atletas”, assinala Andréia. Os treinamentos precederam o Troféu Brasil de Saltos Ornamentais, que serviu como terceira e última seletiva para a definição das equipes do Pan-Americano de Toronto, no Canadá (de 10 a 26 de julho) e do Mundial da Rússia. Com equipamentos como cinto de segurança, trampolim em seco (o salto é feito em um tanque de espuma picada), camas elásticas no nível do solo, o treino é mais bem aproveitado. “Fazemos toda a nossa base no seco, o que rende mais em número de saltos, porque não é preciso subir tantas vezes no trampolim ou na plataforma. Os atletas trabalham mais e se cansam menos. O maior número de repetições resulta em mais qualidade quando vamos para a água.” Outro ponto importante, segundo Andréia Boehme, é a possibilidade de se utilizar os equipamentos de vídeo no Centro de Excelência, para filmar movimentos e depois mostrar aos atletas o que deve ser corrigido. “Para os atletas, é muito bom o equipamento da UnB, porque eles vêem a evolução que conseguem e passam a acreditar mais. Muitas vezes, só com a gente falando, é mais difícil de eles entenderem. Vendo, ajuda na compreensão”, diz. “No Fluminense, temos um método tupiniquim, adaptado”, brinca a técnica, falando do improviso que precisa fazer, a partir de seu computador. Apenas com a descentralização de recursos do Ministério do Esporte para a UnB, utilizados na estruturação do Centro de Excelência – hoje, o melhor do Brasil –, foram R$ 800 mil. Em convênios assinados com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o Ministério repassou mais de R$ 12 milhões no total (perto de R$ 3 milhões foram para os saltos ornamentais). Sobre o Pan de Toronto, Andréia acredita que o Brasil terá uma “briga boa” com os Estados Unidos, com chance de medalha no salto sincronizado – com Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso. Para o Mundial, o objetivo maior é passar para as semifinais. “O Mundial dá 12 vagas para os Jogos Olímpicos. Mas depois teremos o evento-teste, no Rio de Janeiro, de 19 a 24 de fevereiro, onde mais vagas estarão em disputa.” A equipe para o Pan terá Giovanna Pedroso, Ingrid Oliveira, Juliana Veloso e Tammy Galera Takagi; César Castro, Hugo Parisi, Ian Matos e Jackson Rondinelli. Para o Mundial, são os oito do Pan mais Luana Lira (19 anos), Luiz Felipe Outerelo e Isaac Souza Filho (15 anos). |