Tricolor cita exigências dos Bombeiros e PM para liberação do Arruda como fator que gerou maiores gastos
O Santa Cruz-PE não iniciou a temporada como o esperado, pois caiu precocemente na pré-Copa do Nordeste, diante do Treze. Com 20 mil torcedores no Arruda e uma renda de aproximadamente R$ 860 mil, chamou a atenção a despesa alta que o clube teve para organizar o duelo.
Ao todo, o Santa Cruz teve uma despesa de R$ 650.997,53, restando como renda líquida o total de R$ 209.982,47. Esse valor, como consta no regulamento da competição, foi dividido em 60% para o Tricolor (R$ 125.989,48), mandante da partida, e 40% para o Treze (R$ 83.992,99), como visitante.
Tendo em vista esse alto custo, foi feita a comparação nas redes sociais com o borderô do último jogo do Santa Cruz no Arruda em 2024, no clássico contra o Sport pela semifinal do Campeonato Pernambucano, que terminou empatado em 1 x 1.
Inclusive, aquela partida teve 35 mil torcedores e uma renda muito parecida, de R$ 862 mil. Só que, naquele duelo, a despesa total foi de R$ 379.247,30. Ou seja, uma despesa 42% menor, para um público 43% maior em relação ao do jogo contra o Treze.
Chamou a atenção a diferença no valor descrito para alimentação/lanches, que foi de R$ 2.539,39 em 2024 e subiu para R$ 25 mil neste último jogo, o custo de bilheteiros/porteiros, que passou de R$ 9.737,00 para R$ 25 mil, controle de acesso, emissão e venda de ingressos, que foi de R$ 85.141,63 para R$ 132 mil, locação de equipamentos, que passou de R$ 4.780,00 para R$ 35.280,00, e a locação de grades, que foi de R$ 10.710,00 para R$ 33.280,00.
Outro dado questionado foi a despesa com assessor de comunicação da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol de Pernambuco (CEAF), no total de R$ 28.150,00. Custo que não existiu no último jogo do Santa Cruz em 2024.
A reportagem do NE45 entrou em contato com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que responde sobre a CEAF em relação à comunicação. A FPF afirmou que “a explicação dos itens é de responsabilidade do clube”, apesar de ter conhecimento do borderô. Ou seja, a explicação teria de partir do Santa Cruz.
Em contato com a assessoria de comunicação do Santa Cruz, a reportagem do NE45 recebeu a explicação de que o jogo foi considerado como um “cenário atípico” pelo clube, por ter uma despesa maior do que esperado como consequência de fazer o Arruda ter condições de receber a partida.
O jogo foi considerado atípico pelo Santa Cruz pelos custos maiores para cumprir as exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para liberar o Arruda. Como o clube passou nove meses fechados, com novas obras a serem realizadas, elevou essa despesa.
A demanda por maior isolamento em determinadas áreas, como na torre de iluminação que fica ao lado do portão 6, entre outros pontos, gerou a maior presença de grades e também de mais seguranças particulares contratados pelo Santa Cruz. O que resultou num custo extra aos cofres do Tricolor.
Sobre a comparação com o borderô do último jogo de 2024, o clube afirmou que a situação é diferente, pois algumas das obras necessárias para liberação do Arruda já tinham sido feitas e o clube havia se adaptado melhor às exigências dos Bombeiros e da PM no ano passado, com o estádio estando em pleno funcionamento.
Algo que, neste momento, ainda está em curso para que esses gastos diminuam e voltem a um patamar do que seria uma normalidade, como foi em 2024. Os demais gastos não foram citados na explicação dada à reportagem. O NE45 segue à disposição para ouvir o clube em caso de novos esclarecimentos.
ne45.com.br