Principal competição do país inicia no último dia outubro, na Escola de Educação Física da Polícia Militar. Presença de craques da seleção brasileira está confirmada
Não é apenas mais uma competição do calendário anual de eventos da CBDV, mas sim a mais importante do país na modalidade medalha de prata paralímpica. Com a expectativa de ser um dos melhores campeonatos de todos os tempos, as feras do Goalball brasileiro vão se enfrentar em disputas de tirar o fôlego na Copa Brasil 2013, de 31 de outubro a 03 de novembro, em São Paulo, na quadra da Escola de Educação Física da Polícia Militar. O evento conta com patrocínio da Caixa Loterias, e o apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Em alta após os excelentes resultados das seleções, o Goalball brasileiro vive um momento diferenciado em sua história. A equipe masculina, inclusive, está no topo do ranking mundial em lista divulgada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA – sigla em inglês). A etapa nacional é momento que reúne os principais atletas do esporte no país.
A competição é disputada na categoria masculina, com 12 equipes, e feminina, com oito. As participantes conquistaram as vagas em disputas regionais (cinco no total). Com isso, o campeonato é bastante democrático, com equipes de diversos cantos do país.
Confira os participantes.
Masculino: ABDV (DF), ADEVIBEL (MG), AEDV (PR), APACE (PB), APADV (SP), CESEC (SP), ICP (PB), IDEA (SP), ILITC (PR), UEEJAA (PA), UNIACE (DF) e URECE (RJ).
Feminina: ACESA (SC), ADEVIRN (RN), AMC (MT) IBC Adulto (RJ), IBC Juvenil (RJ), SESI (SP), SFITC (SP) e UNIACE (DF).
A modalidade
O Goalball é um esporte praticado por atletas que possuem deficiência visual, cujo objetivo é arremessar uma bola no gol do adversário. Cada time joga com três jogadores, e todos devem usar venda nos olhos – para deixa-los em igualdade, já que alguns possuem algum resíduo de visão. Sua percepção é pelo tato e audição. A bola possui guizos para que os atletas possam se orientar sobre a direção da bola. O esporte exige muita concentração, por isso o silêncio da torcida e da equipe é importante quando a bola estiver em jogo.
Os jogos são disputados numa quadra com as mesmas dimensões que acontecem as partidas de vôlei. Existem duas balizas – uma de cada lado – do tamanho da sua largura total da quadra, 9m, e com 1,3m de altura.
Ranking
Uma novidade divulgada nesta terça-feira (15) pela Goalball IBSA trouxe uma excelente notícia para o Brasil. No primeiro ranking dos países, a seleção brasileira masculina aparece no topo da lista. A liderança, segundo os critérios de pontuação, se deve ao fato dos últimos resultados da equipe canarinho nas principais competições internacionais, principalmente pela prata conquistada nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012. A seleção feminina também está bem ranqueada, e aparece na oitava colocação.
– Se antes a gente entrava em quadra preocupado com o ala do país “x”, ou o central do país “y”, hoje são eles que precisam se preocupar com os nossos atletas. É claro que não tira de nós a necessidade de olhar para eles e estudá-los o tempo inteiro, mas agora estamos olhando cada um destes países de igual para igual – comemorou o presidente da CBDV, Sandro Laina Soares.
O momento do Goalball brasileiro, nunca alcançado antes, faz com que o dirigente braseiro acredite em voos altos nos Jogos do Rio.
– Momento bom e que deve culminar em 2016 com grandes resultados – projetou Sandro.
O sistema de pontuação, segundo informa o site da IBSA, ainda é controverso, porém, a federação está aberta a discussões para a melhoria do mesmo. No regulamento de classificação do ranking, são considerados alguns critérios de pontuação ao longo dos últimos quatro anos para se chegar à colocação de cada seleção. São eles:
– Resultado da partida (vitória, empate ou derrota);
– Importância do jogo (Por exemplo: torneio amigável, Mundial, Jogos Paralímpicos);
– Nível de dificuldade do adversário (considerando a posição do mesmo no ranking);
– Nível da região da equipe adversária (considerando a pontuação média dos países daquela região).
Considerando os critérios destacados acima, o sistema segue uma tabela de pontuação para cada um dos casos. A importância de um jogo será pontuada da seguinte forma.
0,5 pontos – vitória em partidas amistosas (exemplo: competições de desenvolvimento – fases de grupos ou/e eliminatórias);
1,0 pontos – vitória em finais amistosas (exemplo: competição de desenvolvimento);
1,0 pontos – vitória em jogos internacionais que não resulte na qualificação para um campeonato importante (por exemplo: Campeonato Europeu – Divisão B ou C de Goalball da IBSA);
1,5 pontos – vitória em finais internacionais;
2,0 pontos – vitória em torneios de qualificação paralímpico ou torneios de qualificação regional (exemplo: leva diretamente para os Jogos Paralímpicos ou Campeonatos Mundiais da IBSA);
2,5 pontos – vitória em finais de torneios de qualificação paralímpico ou um torneio de qualificação regional;
3,0 pontos – vitória no Campeonato Mundial da IBSA ou Paralimpíada;
3,5 pontos – vitória na final do Campeonato Mundial da IBSA ou Paralimpíada;
O sistema de rankings surgiu com o objetivo de passar uma ideia para as confederações e federações de como a sua seleção está classificada. Contribuindo algumas vezes com o planejamento de captação e objetivos futuros.
No masculino, o atual medalhista de prata paralímpico, Brasil, está no topo da classificação, seguido do atual campeão regional das Américas, Canadá, e do vice da região, EUA. Na categoria feminina, as canadenses não conseguiram se classificar para o Mundial de 2014, porém, lideram o ranking entre as mulheres. A equipe foi vice-campeã do Parapan-Americano da IBSA 2013 e chegou até as quartas de final nos Jogos Paralímpicos do ano passado. A China aparece em segundo lugar e as americanas em terceiro. A seleção brasileira feminina está entre as dez maiores seleções do mundo, figurando na oitava colocação.
Judô
No segundo dia de competições dos Jogos Juvenis Parapan-Americanos, em Buenos Aires, na Argentina, o Judô brasileiro se destacou com cinco medalhas, três de ouro e duas de prata. O Goalball também fez bonito e emplacou duas vitórias por dez gols de diferença, contra México e Argentina.
Para muitos era a segunda oportunidade de representar o Brasil no ano. Os bons resultados no Mundial de Jovens da IBSA, disputado em julho, nos Estados Unidos, se repetiram na capital argentina.
De jeito tímido fora dos tatames, a gaúcha Luíza Oliano não se retrai quando vai para o combate. A atleta de apenas 16 anos vem conquistando excelentes resultados, e mais uma vez comprovou o talento ao faturar o ouro com duas vitórias sobre a argentina Keila Lescano, na categoria 48kg.
Abner Nascimento venceu os duelos contra os brasileiros Nathan Relíquias, que ficou com a prata, e Deyverson Lopes, e também garantiu o ponto mais alto do pódio. Na categoria 60kg, Kennedy Nogueira (17) não tomou conhecimento dos argentinos Martinez Facundo e Maximiliano Fernandez, e garantiu o terceiro ouro para o Brasil.
A medalha dourada deixou o atleta empolgado. Kennedy fez questão de exaltar os treinamentos e a honra de representar o país em competições internacionais.
– Pensei o quanto valeu a pena treinar e me superar mais a cada dia. É um orgulho grande estar ali no ponto mais alto do pódio – vibrou o judoca.
Para completar os excelentes resultados no Judô, Mike Bispo conquistou a medalha de prata na categoria 66kg. O Brasil contou ainda com a participação de Andreia Souza. Victória Silva também estava inscrita na competição, porém, se lesionou e não pode competir.
Goalball
O Brasil estreou com o pé direito na competição. Com uma seleção jovem, mas “tranquila e madura”, segundo o coordenador da modalidade Artur Squarisi, os brasileiros não tiveram dificuldade para vencer o México por 18 a 8, e depois a Argentina pelo placar de 10 a 0.
Nesta quinta-feira (17), os meninos do Brasil entram novamente em quadra para enfrentar pela segunda vez os mexicanos, às 17h.
Por Tadeu Casqueira
Rio de Janeiro