SERIA CÔMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO
O título acima descreve uma situação tão absurda, exagerada ou dolorosa que, se não fosse o seu caráter negativo, poderia ser visto como hilariante. A expressão indica um paradoxo onde o lado triste de um evento é tão extremo que beira o ridículo, tornando-o quase engraçado de tão inacreditável.
A frase é atribuída ao escritor e dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt, que a usou para descrever a crueldade nas relações humanas e sociais. A frase é muito atual e tem tudo a ver com o decadente e inexpressivo futebol paraibano da atualidade. Vejamos:
1) Auto Esporte Clube. Possui seis títulos paraibanos. Um passado glorioso e brilhante história, chegou a excursionar pela Europa. Hoje não disputa a primeira divisão do nosso futebol. De tempo em tempo corre o boato de que o seu patrimônio, construído com muito esforço, será vendido por aqueles que nunca fizeram nada. Os últimos dirigentes do clube parecem que vivem brincando de se esconder.
2) Atlético Cajazeirense de Desportos, foi campeão paraibano no ano de 2002 e já disputou as séries C e D do brasileiro. A cidade é uma das maiores do estado e possui um estádio, o Perpetão, com capacidade para 12 mil pessoas. Hoje lamentavelmente disputa a segunda divisão.
3) Botafogo Futebol Clube. O maior detentor de títulos do estado e o único a possuir faixa de campeão brasileiro. Já disputou o campeonato da primeira divisão nacional. Vem, há 14 anos, fazendo campanhas inexpressivas na série C e também não consegue vencer o campeonato estadual.
4) Campinense Clube. O único hexacampeão do estado e campeão do Nordeste. A primeira equipe a representar a Paraíba no campeonato nacional em 1975. Hoje sem calendário e sem conseguir realizar uma eleição de diretoria sem a interferência judicial.
5) Confiança Esporte Clube, com sede em Sapé, montou excelente equipe e foi campeão paraibano em 1997. Hoje disputa a segunda divisão. Guarabira Futebol Clube. O espantalho do brejo formava excelentes equipes e representava dignamente toda aquela região brejeira. Hoje lamentavelmente não participa de nenhuma divisão.
6) Esporte Clube e Nacional Atlético Clube, ambos de Patos. Viraram equipes insignificantes e vivem das glórias do passado. O alviverde foi campeão paraibano em 2017 e disputou o campeonato brasileiro. O estádio José Cavalcanti precisa ser modernizado.
7) Santa Cruz Recreativo Esporte Clube, com sede em Santa Rita, foi campeão paraibano nos anos de 1995 e 1996. Foi a equipe que revelou o campeão mundial Mazinho. Mandava seus Jogos no estádio Virgínio Veloso Borges, o popular Teixeirão. Hoje não disputa nenhuma competição.
8) Sousa Esporte Clube, com sede na cidade dos Dinossauros, já conquistou quatro títulos paraibanos, disputou competições nacionais e realiza os seus jogos no estádio Antônio Mariz. É o atual campeão do estado. Anunciou a construção do seu CT – Centro de Treinamento que esperamos que realmente seja concluído. É a única agremiação na atualidade com motivos para comemorar.
9) Treze Futebol Clube. Uma agremiação centenária e histórica que já ganhou vários títulos estaduais. É a única que possui estádio próprio com condições de jogos oficiais. O Presidente Vargas possui capacidade para oito mil pessoas. Hoje, sem calendário e com uma dívida acima de 31 milhões, corre o risco de ser decretada a sua falência judicial.
Se não bastasse o trágico acima descrito, lamentavelmente a atual presidente da Federação Paraibana de Futebol, que há sete anos está no cargo sem nada acrescentar, apenas viajando e fazendo selfies, comicamente passou a brincar de dirigente da Confederação Brasileira de Futebol. Hoje, uma das entidades mais desacreditadas em nosso país. Seria cômico se não fosse trágico!
SERPA DI LORENZO
