Da esquerda para a direita: Andressa Hartman (RS), Maria Luiza Brandelero (PR), Gleika Oliveira (PA) e Cassia França (DF) Reprodução
Pela primeira vez, mais de 25% dos jogos de uma divisão nacional terão arbitragem feminina; feito reflete meritocracia e investimento na qualificação das árbitras
Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, uma divisão do futebol nacional terá uma rodada com mais de 25% de arbitragem comandada por mulheres. A última rodada da fase classificatória da Série D terá quatro árbitras e 19 árbitras assistentes escaladas. Este é um indício da renovação na Seleção Nacional dos Árbitros de Futebol (Senaf) e do compromisso com a meritocracia que norteia a Comissão de Arbitragem na montagem de escalas.
Serão quatro partidas apitadas por mulheres na rodada da Série D que acontecerá entre sábado (26) e domingo (27). Duas delas serão no sábado, pelo Grupo A5: Luverdense x Goiânia, que terá arbitragem da paraense Gleika Oliveira, e Ceilândia x Goianésia, comandada pela gaúcha Andressa Hartman.
No domingo, pelo Grupo A7, a paranaense Maria Luiza Brandelero apita o duelo entre Itabirito e Monte Azul, enquanto pelo Grupo A8, a partida entre Azuriz x São Luiz será arbitrada por Cassia França. Há ainda 19 árbitras assistentes escaladas para a mesma rodada.
Regildênia Moura, Maíra Mastella, Daiane Muniz e Leila Moreira representam a arbitragem brasileira na Copa América FemininaCréditos: Divulgação
A marca inédita reflete o bom momento vivido pela arbitragem brasileira, em especial a feminina: as brasileiras Edina Alves, Neuza Back e Fabrini Bevilaqua estão escaladas para as semifinais da Eurocopa Feminina, entre Alemanha e Espanha, enquanto na Copa América, Daiane Muniz, Leila Moreira e Maíra Mastella já foram designadas para duas partidas, incluindo o jogo de estreia entre Equador, anfitriã da competição, e Uruguai.
Fabrini Bevilaqua, Edina Alves e Neuza Back durante treino para a Eurocopa FemininaCréditos: Divulgação/Site/Conmebol
Para Rodrigo Cintra, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, o recorde de escalações femininas está longe de ser uma surpresa. “É muito mais do que um pensamento de ‘cotas’ para designação das mulheres, são designações por competência e por merecimento, prova inconteste da capacidade das mulheres brasileiras no apito. Estamos atualmente com excelentes campanhas de equipes de arbitragem brasileiras femininas em competições nacionais e internacionais, demonstrando em campo que estão entre as melhores do mundo”, disse.
Segundo o presidente, os números atuais refletem os investimentos feitos na qualificação do quadro de arbitragem, com projetos como “Arbitragem Sem Fronteiras”, além do olhar atento da Comissão de Arbitragem para reconhecer e premiar o bom desempenho.
“Acreditamos que estamos no caminho certo, reconhecendo as árbitras que estão fazendo grandes campanhas na temporada e mostrando que não é uma questão de gênero, mas sim de aptidão, treinamento, disciplina e experiência alcançada ao longo de suas carreiras. Estamos muito felizes por perceber e poder reconhecer com oportunidades de designação e acompanhamento desta parte tão importante de nossa seleção nacional”, concluiu.
