O torcedor do Botafogo tem motivos mais do que suficientes para eleger 2013 como ano inesquecível para a sua história de 82 anos.
A palavra, o grito, o sentimento de campeão há muito tempo não fazia parte da realidade do clube.
Os torcedores do Belo conviviam com tabus, jejum e ausência de competições nacionais e se limitavam a assistir a farra de campinenses e sertanejos protagonizando no cenário do futebol paraibano.
De consolo, apenas o fato de ser o maior campeão do Estado.
Então veio 2013 e, com ele, a desconfiança. Para os mais supersticiosos, um ano de azar. Já para os mais fanáticos, uma infeliz coincidência com o rival de Campina Grande.
Mas, enquanto o sobrenatural rondava corações e mentes botafoguenses, o time começava o ano tomando atitudes pragmáticas para espantar o azar: compondo um elenco a altura de suas tradições.
No Campeonato Paraibano, time e torcida caminharam juntos rumo ao título. Uma história que começou no acanhado estádio da Graça, ganhou força com a reabertura do Almeidão, e culminou com a glória numa final épica diante do Treze, em Campina Grande.
Uma lua de mel para o casamento perfeito entre clube e torcida.
Mas o melhor ainda estava por vir.
No segundo semestre, o elenco campeão ganhou reforços de peso. Jogadores renomados como o meia Lenílson, o atacante Fausto, o zagueiro Marcel e aquele que viria a se tornar o talismã do grupo, o uruguaio Mário Larramendi, se juntaram a Warlei e companhia.
O Botafogo estava pronto para um desafio ainda maior: o Campeonato Brasileiro série D.
Na primeira fase, uma campanha quase perfeita, coroada com o primeiro lugar do grupo. Depois não faltou emoção na fase mata-mata, com o Botafogo eliminando um a um seus adversários na competição.
E mesmo com a vaga garantida para a série C do ano que vem, feito conseguido nas quartas de final contra o Tiradentes(CE), faltava a conquista do inédito título do futebol Nacional.
Faltava, não falta mais. O Botafogo sagrou-se campeão brasileiro superando uma grande equipe do futebol Nacional – o Juventude de Caxias do Sul – em duas partidas de tirar o fôlego e para testar o coração do seu torcedor.
Passaram no teste.
Talvez o coração do botafoguense nunca tenha batido tão feliz como agora. Numa pulsação que só explica quem conhece o sabor de ser campeão brasileiro.
O Botafogo encerra o ano com dois títulos na bagagem, vagas em competições nacionais e regionais em 2014.
Mas talvez a sua maior conquista tenha sido o resgate da paixão da torcida com o clube, o amor do pessoense com o futebol e o orgulho do povo paraibano.
Por Max Oliveira

















