Um sotaque estrangeiro no Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-15 - SóEsporte
Basquete

Um sotaque estrangeiro no Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-15

Um sotaque estrangeiro. Bem fácil de se notar. Um coração brasileiro. As delegações do Distrito Federal, no feminino, e do Paraná e do Rio Grande do Sul, no masculino, vieram para Curitiba com reforços estrangeiros para as disputas da 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-15. Os três atletas que possuem dupla nacionalidade, defenderam suas equipes na primeira rodada da competição, neste domingo (dia 9), no ginásio do Círculo Militar, na capital paranaense.

Representando a equipe da casa, o japonês Keisuke da Silva Bens, de 15 anos, nasceu no Japão, mas veio para o Brasil com oito anos de idade.

“Estávamos muito ansiosos para essa estreia. Felizmente saímos com a vitória sobre o Mato Grosso do Sul (72 a 47). Jogar em casa causa uma pressão a mais, mas é muito bom. Estamos confiantes que poderemos surpreender os favoritos e subir no pódio. Basta termos garra e confiança que vamos conseguir”, contou Keisuke, que defende a Associação de Basquetebol dos Amigos de Toledo.

O que eles tem em comum além do basquete é que os três começaram na modalidade ainda em seus países natais. A armadora Mariana Ravalico que defende o Distrito Federal no Brasileiro nasceu na Itália e há três anos vive em Brasília (DF).

“Comecei a jogar ainda pequena, aos cinco anos. Sempre gostei muito de esporte e vendo meu pai jogar basquete na Itália, resolvi jogar também. Com o falecimento dele, minha mãe que é brasileira resolveu retornar. Fomos morar em Brasília, mas demorei um pouco para me acostumar. Fui me envolvendo com amizades e o basquete. Então fui me apaixonando cada vez mais pela modalidade e hoje não me vejo fazendo outra coisa”, disse Mariana.

Atualmente morador da capital gaúcha, o argentino Francisco Arozena conheceu o basquete em terras argentinas. Filho de Alejandro Arozena, que defendeu a Seleção Argentina, Francisco quer seguir a carreira esportiva.

“Toda minha família é argentina e apenas minha avó paterna é brasileira. Nasci em Entre Rios, Santa Fé, na Argentina, mas foi morando em Buenos Aires que iniciei no basquete. Meu pai jogou e defendeu por muito tempo a seleção da Argentina. Então sempre vivi no meio do basquete. Atualmente moro em Porto Alegre e jogo na Sogipa. Mas quero ir longe como meu pai”, contou Francisco.

Keisuke também contou como aconteceu sua paixão pelo basquete. “Iniciei na modalidade ainda quando vivia no Japão. Quando minha família veio viver no Brasil, eu tinha oito anos, mas a primeira coisa que fiz foi procurar um clube para jogar basquete. Essa é a minha paixão e pretendo me tornar um profissional da modalidade”, disse Keisuke.

O que os armadores concordam é quando são questionados para quem vai a torcida quando suas seleções natais enfrentam o Brasil. E a resposta está na ponta da língua: – “BRASIL”.

“Mesmo tendo nascido no Japão e tendo iniciado minha paixão pelo basquete lá, é aqui que vivo e conquistei algumas situações. Com certeza, minha torcida é brasileira e quem sabe ainda defendo as cores nacionais. Seria a realização de um sonho”, contou o jogador asiático.

Mariana também declarou seu amor pelo país e destacou a vontade de defender as cores verde-amarela um dia.

“Certamente Brasil. Morei na Itália quase a minha vida toda, mas tenho muita paixão pelo Brasil. Seria maravilhoso poder mostrar esse amor defendendo a pátria brasileira em uma competição”, falou a atleta italiana.

Da mesma nacionalidade do técnico da Seleção Brasileira Adulta Masculina, Rubén Magnano, Arozena tem a vontade de jogar sob o comando do técnico que trouxe tantas glórias ao basquete argentino.

“Seria um orgulho muito grande se um dia eu tivesse a oportunidade de treinar o comando de Magnano. Eu tenho um sonho que é jogar na seleção brasileira, mas se não fosse possível faria muito feliz pela Argentina. Gosto muito do Brasil e me considero mesmo brasileiro. Espero conquistar com muito trabalho esse sonho”, pontuou o argentino.

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