Uma paraibana de força

Em um estado de “mulheres machos”, uma atleta mostra a real fortaleza das paraibanas

A força da mulher paraibana é folclórica. Não por acaso a presidenta Dilma Roussef, em visita recente ao Estado, revelou que uma das maiores homenagens que já recebeu na vida foi ter tido sua imagem comparada à garra da mulher da Paraíba.

E essa garra não é diferente no esporte. Seja nas águas com a surfista Tininha, no tatame com a judoca Ednancy, ou nas pistas com a maratonista Pretinha, a Paraíba tem mostrado para o Brasil o brio das nossas mulheres.

Mas, possivelmente, nenhuma delas consegue ilustrar de forma tão concreta a força da mulher paraibana quanto Claucys Sousa, 20 anos.

Atleta de um esporte ainda pouco conhecido no Brasil, o levantamento de pesos olímpico, Claucys já chegou a levantar a marca de 75 kg na modalidade arremesso, e 65 kg no arranque, o que a levou a conquista de diversos títulos em sua carreira – de apenas 3 anos – neste esporte.

Destaque para o primeiro lugar no brasileiro sub 20 no Rio de Janeiro, em 2010. E os segundos lugares na categoria adulta, em 2011, também no Rio, e no ano passado, em Minas Gerais.

E pensar que tudo começou apenas para combater o sedentarismo, mas que acabou se transformando em uma verdadeira paixão.

“Eu amo o levantamento olímpico e pretendo seguir nesse esporte por toda a vida. O meu sonho é participar de uma olimpíada, seja como atleta ou quem sabe como treinadora no futuro, já que devido ao gosto pelo esporte hoje faço faculdade de educação física”.

Claucys recebe uma bolsa atleta do Ministério dos Esportes por se encaixar dentro do índice Saint Clair, coeficiente do peso corporal pelo peso levantado, o que a ajuda nas despesas com o esporte.

Do inicio – ainda com as finalidades estéticas – ao presente com os bons resultados obtidos na carreira, com projeção até para jogos olímpicos, Claucys aproveita para mandar um recado para aqueles que dizem que a mulher é sexo frágil:

– Sexo frágil que nada!.Nos treinamentos tanto eu como as outras atletas não recebem nenhum tipo de privilégio do professor Wagner. É claro que também há espaço para a vaidade, comum entre as mulheres, mas para quem quer alcançar os objetivos, tem que treinar duro.

O esporte amador levado a sério em um Estado pobre como a Paraíba já é um feito difícil, mesmo para os homens. Com apenas 20 anos, Caucys deixa de lado muita coisa que uma jovem na sua idade não abre mão como baladas e uma rotina de vida cheia de excessos.

Mostrando uma incrível dedicação e amor ao esporte, Claucys segue quebrando paradigmas com relação a mulher num esporte que exige força como o levantamento de pesos. Mas do que isso, sua garra serve para ilustrar muito bem a imagem da mulher paraibana.

Por Max Oliveira