O ano de 2013 se encaminhava para ser, de fato, do Treze. A conquista de mais um Campeonato Paraibano diante de um estádio Amigão lotado, e ainda desfrutando de uma vantagem de poder perder por um gol de diferença para o Botafogo, era o roteiro perfeito.
Os deuses do futebol, porém, já haviam preparado um final diferente para esta história. Um epílogo apresentado neste 30 de maio aos paraibanos.
Contrariando todas as expectativas, o Botafogo arrancou – diante de quase vinte mil trezeanos incrédulos – uma vitória para se esquecer nove anos de jejum. E nem mesmo a frustração pela derrota no primeiro jogo da final serviu para esmorecer o grupo de jogadores.
Para reverter a vantagem galista, o Botafogo tratou de encarar os nove anos sem títulos. E não poderia ter escolhido melhor momento. Pois conseguiu encerrar o tabu que tanto incomodava sua fanática torcida justo no campeonato mais disputado e emocionante dos últimos tempos.
Como é de praxe, toda conquista tem o seu herói. No caso do Botafogo foram vários.
Um deles foi o sempre xodó da torcida, o goleiro Genivaldo, que parou o ataque do Treze, especialmente no primeiro tempo, com defesas milagrosas.
O artilheiro Warlei, que chegou a Maravilha do Contorno sob os olhares da desconfiança devido a forte ligação com raposeiros e trezeanos, também deu sua contribuição e, como capitão, levantou a taça.
Já tem aqueles que prefere a raça e a força para ilustrar essa conquista. Não por acaso o time tem Hercules. Segundo a mitologia grega, o deus da força.
Responsável maior para conduzir o Botafogo, não só ao título, mas ao reencontro com as competições nacionais, o técnico, Marcelo Vilar, foi o termômetro de um time brilhante no primeiro turno, mas que precisou de acertos para a fase final depois de um segundo turno conturbado.
O time de heróis ainda se completa com a eficiência dos laterais Ferreira e Celico, do zagueiro Thurram, do talismã Wanderlei e a classe do meia Doda. Bom para torcida que pode escolher seu ídolo de acordo com a sua preferência.
Que me perdoem os trezeanos, mas o título do Campeonato Paraibano 2013 está entregue em boas mãos. Não que o galo não merecesse, mas a conquista do Botafogo serve muito bem para pontuar o bom momento do futebol paraibano.
A conquista da Copa do Nordeste pelo Campinense alegrou a Paraíba e sobretudo o povo de Campina Grande. Mas a Capital precisava fazer parte desse bom momento e o título do Botafogo significa justamente o resgate da tradição futebolística desta cidade.
Que o Botafogo não passe mais nove anos sem títulos.
Que o futebol da Paraíba não passe mais tanto tempo esperando para viver emoções como as deste 30 de maio de 2013.
Por Maxwell Oliveira estudante de Comunicação da UFPB
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