Unidade de Juazeirinho: UEPB inaugura Observatório Astronômico e do
Geoespaço da Paraíba
Será inaugurado nesta quarta-feira (26), a partir das 10h, na localidade rural conhecida
como Unha de Gato, no município de Juazeirinho, o Observatório Astronômico e do
Geoespaço da Paraíba. O local é fruto da parceria entre a Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB), do Observatório Astronômico de Xangai e da Academia Chinesa de
Ciências (SHAO-CAS, da sigla em inglês, Shanghai Astronomical Observatory,
Chinese Academy of Sciences).
O Observatório Astronômico e do Geoespaço da Paraíba é vinculado ao Departamento
de Física, do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UEPB, e funcionará como um
centro de referência para pesquisa, desenvolvimento, ensino e extensão nas áreas de
geociências, astronomia e ciências correlatas. A edificação foi construída em terreno
doado a UEPB pela Prefeitura Municipal de Juazeirinho que, por meio da Secretaria de
Infraestrutura e Urbanismo tem envidado ações para viabilizar o projeto.
A obra teve um investimento de R$ 11,6 milhões, com 100% dos recursos oriundos do
Observatório Astronômico de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências. A parceria
entre UEPB e as instituições chinesas começou em 2018. Já em 2022 foi iniciada a
construção do edifício para abrigar o telescópio que tem como objetivo acompanhar ou
monitorar os detritos espaciais e a observação de asteroides.
Observatório Astronômico da Paraíba permitirá que estudantes, professores e
pesquisadores façam o monitoramento de fenômenos que podem ter impacto no meio
ambiente terrestre e em sistemas de engenharia, visando possibilitar a realização de
estudos na área de clima espacial, relações Sol-Terra, entre outros aspectos ambientais.
Pesquisa no Observatório
O Grupo de Física da Atmosfera, do Departamento de Física da Universidade Estadual
da Paraíba, foi criado em 2005 e desde então realiza pesquisas que envolvem a dinâmica
e eletrodinâmica da porção mais alta da atmosfera terrestre, bem como o seu
acoplamento com as demais regiões e com o geoespaço.
Com a incorporação dos equipamentos de sondagem da atmosfera e do telescópio
FocusGEO, em Juazeirinho, o grupo estenderá as pesquisas sobre o acoplamento usando
as observações da ionosfera e dará os primeiros passos nos estudos sobre a identificação
e caraterização de detritos espaciais em órbita geossíncrona.
A órbita geossíncrona é estrategicamente ocupada por satélites de telecomunicações,
meteorológicos e militares, devido à sua capacidade de fornecer uma “visão” constante
de uma mesma região da Terra. Um caso especial é a órbita geoestacionária que abriga
cerca de 562 satélites ativos, os quais estão sob constante ameaça de colisões com
detritos espaciais.
Essas colisões podem não apenas destruir satélites, causando prejuízos econômicos, mas
também aumentar a quantidade de fragmentos em órbita, agravando os impactos
ambientais associados aos detritos espaciais, como por exemplo: emissão de gases
poluentes, liberação de resíduos sólidos, contaminação ambiental por combustíveis
tóxicos que pode poluir a atmosfera, o solo e a água, entre outros.
