Ele nasceu na belíssima e prazerosa cidade de João Pessoa – PB, precisamente no dia 21 de fevereiro do ano de 1955, foi por seus pais registrado com o nome de FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o seguro e eficiente lateral esquerdo “FANTICK”.
Ele foi mais um garoto que viveu no início da década de 70 correndo nos diversos campos de peladas da nossa capital. Logo ficou conhecido nos bairros da Torre, Roger e Tambiá, em virtude de saber defender e apoiar com facilidade. Cedo se destacou e foi levado para o juvenil do Botafogo Futebol Clube e muito novo começou a ser relacionado para jogos do time profissional. O Botafogo ainda era todo alvinegro e sem detalhe vermelho, os estádios Almeidão e Amigão estavam em planejamento/construção. O nosso futebol começou a se profissionalizar em 1975, com o advento dos estádios, época em que FANTICK começou a ser titular da lateral esquerda do Belo, também jogando, raramente, na posição de quarto zagueiro. Ele já havia conquistado títulos na base e passou a conquistar vários com o elenco profissional, ao ganhar seguidamente os campeonatos paraibanos de 1975, 1976 e 1977. No clube da Maravilha do Contorno, ele disputou o campeonato brasileiro da série A e passou a ser observado por inúmeras equipes do sul.
O nosso homenageado quando estreou no profissional do Botafogo – PB, possuía um apelido muito estranho de uma parte do nosso corpo humano, o que levou o saudoso Ivan Tomaz a batizá-lo com o nome de FANTICK. O também saudoso José Flavio Pinheiro Lima, desde cedo acreditou no seu potencial, enviando-o sem nenhuma publicidade/divulgação para testes no Morumbi, sendo ele aprovado por José Poy, então treinador do São Paulo, não permanecendo em virtude da saudade dos laços familiares.
Quem não se lembra do duelo entre FANTICK, um lateral que defendia e apoiava com bastante firmeza e o habilidoso ponta direita Porto, que atacava em alta velocidade com dribles precisos e objetivos, levando as torcidas do Belo e da Raposa ao delírio? Em 1978, ele teve o seu passe negociado com a boa equipe do Comercial Futebol Clube de Ribeirão Preto –SP. Como sempre, a sua habilidade com a bola passou a chamar atenção, levando-o a ser transferido para a tradicional Associação Portuguesa de Desportos – SP; sendo titular e jogando ao lado de atletas consagrados como Wilson Carrasco, Daniel Gonzales, Zé Mário e Enéas.
FANTICK também deu alegria aos torcedores da Sociedade Esportiva Matonense, Avaí Futebol Clube, Catuense Futebol Clube, Esporte Clube São Bento e Associação Desportiva São Caetano. Ao pendurar as suas disputadas chuteiras, ele fixou residência na cidade paulista de Matão, onde gozava de excelente conceito e fundou uma escolinha de futebol. Com apenas 69 anos de idade, lamentavelmente ele faleceu recentemente.
Não posso aqui deixar de citar o ser humano FANTICK, um ídolo que virou meu amigo. Simples, humilde, sorridente e que sempre me avisava quando vinha visitar a terra natal. Guardo, com muito carinho, duas camisas que ele me presenteou com o seu nome nas costas. Acredito que ele já se encontrou com Cabelinho, Salvino, João Carlos, Cidão, Dadá, Anselmo, Jorge Flávio, Ari, Chico Explosão e Jorge Demolidor, todos companheiros de clube e que também já viraram luz.
Para nós, torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que o senhor FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS, o popular FANTICK, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol brasileiro.
SERPA DI LORENZO