Ele nasceu na então arborizada e pacata cidade de João Pessoa, precisamente no dia cinco de março do ano de 1943, os seus pais o batizaram com o nome de JOSÉ DIMAS DE MEDEIROS, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o abnegado “DIMAS MEDEIROS”.
O menino Dimas teve a felicidade de crescer no tradicional Bairro da Torre, antigo celeiro de bons jogadores de nosso estado. Aos 13 anos, ele ingressou na categoria infantil do tradicional Íbis Futebol Clube, jogando de lateral esquerdo e de zagueiro central.
Aquela criança foi crescendo, aprimorando-se e galgando as demais categorias do famoso pássaro preto da torrelândia. Dimas passou pelo infantil, juvenil, amador e pelo profissional do Íbis Futebol Clube. Sim, caro leitor, o Íbis já disputou o campeonato paraibano de profissionais. Quem o viu atuando dentro das quatro linhas recorda-se de um defensor que jogava para a equipe, bastante aplicado e que não recorria e nem apelava para o jogo desleal.
Daquela época de atleta ele lembra com saudosismo dos excelentes Zé do Figo, meia ponta de lança, Ní, zagueiro central e o incomparável atacante Miruca, aquele que jogou no São Paulo Futebol Clube e de tantos outros habilidosos companheiros, como Gogóia e Curica que o tempo se encarregou de distanciá-los por diversos motivos.
Quando foi em 1967, no antigo estádio olímpico José Américo de Almeida, o campo do Boi Só, Dimas resolveu pendurar as suas chuteiras em uma decisão bastante disputada contra a fortíssima equipe do Estrela do Mar Esporte Clube, tradicional equipe do Bairro de Jaguaribe. Naquele dia o Íbis Futebol Clube conquistou o vice-campeonato misto do estado, competição que mesclava jogadores amadores com profissionais. Daquela data em diante, ele passou a jogar apenas em partidas amistosas no quadro de veteranos do seu querido clube. O Íbis perdia um atleta disciplinado e ganhava um abnegado dirigente. Dimas passou a exercer vários cargos em sua diretoria, dentre eles citamos o de técnico e diretor de futebol das categorias de base.
Em 1971, Dimas assumiu pela primeira vez a presidência do tradicional rubro negro, que funcionou em várias sedes daquele bairro, podemos aqui citar nas ruas Adolfo Cirne e Manoel Deodato. Várias gerações de adolescentes passaram por suas respectivas orientações técnicas, morais e de conduta. Dimas era mais do que um presidente de clube, ele orientava e encaminhava a garotada como se fosse um irmão mais velho ou um pai. Matrículas escolares foram por ele providenciadas. Carteiras de estudantes e livros foram adquiridos por ele em benefício dos atletas mais novos e necessitados.
Nos finais de semana era comum avistá-lo empurrando a sua bicicleta, vermelha e preta, com o saco de material esportivo em cima do bagageiro sendo seguido por uma fileira indiana de meninos em direção aos antigos campos de futebol, aqueles lamentavelmente destruídos pela especulação imobiliária e pela insensibilidade dos nossos governantes.
Quem não seguiu a carreira profissional nos campos ou nas quadras, ali aprendeu lições de companheirismo, de equipe, urbanidade e conduta social. Quem não se lembra dos atletas: Odon, Regis Guru, Augusto, Toinho, Fernando Silva, Chocolate, Tito, Ronaldão e Rabicó, sendo que os três últimos migraram para o futebol de salão.
Do ano de 1971 até a presente data, com outros dirigentes alternando na presidência, Dimas vem comandando os destinos do clube, que lamentavelmente foi transferido para a Rua Edite Toscano Varandas, nº 186, Bairro de Mangabeira 8, atual residência do nosso homenageado. Hoje, com 79 anos de idade, aposentado do estado como professor de matemática, ele ainda consegue colocar o clube para disputar a categoria sub-20 do campeonato paraibano.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que o cidadão José Dimas de Medeiros, o popular “DIMAS MEDEIROS” escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Por Serpa Di Lorenzo