Segundo técnico da seleção brasileira, arqueiro foi determinante para a conquista do Parapan de Jovens. Goleiros da equipe principal servem de espelho para camisa 12.
No mundo do futebol muito se fala que um bom time começa com um bom goleiro. Para o futebol de 5 brasileiro essa afirmação cai de maneira aplicável e reflete bem os resultados em campo. Atualmente, a seleção verde-amarela conta com dois goleiros (Luan e Vinícius) que passam segurança à equipe. Mas a safra de bons goleiros não para por aí. Nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens, Wesley Cassiano teve grande desempenho e surge como uma promessa para o futuro.
Aos 19 anos, natural de São Paulo, Wesley teve o privilégio de estrear com a amarelinha no Parapan de Jovens com uma torcida mais que especial: a da sua família, principalmente a sua avó, que o acompanha desde criança.
– Sou de São Paulo e sempre quando tem competição aqui, sei que posso contar com a minha família, os meus amigos, que sempre me apoiam no futebol, especialmente a minha avó, que desde pequeno está sempre me acompanhando, vibrando e me ajudando – contou.
O início no futebol de 5 veio através do seu professor de educação física, que o convidou para participar de um projeto no Centro de Emancipação Social e Esportiva para Cegos (CESEC), em São Paulo, quando tinha 15 anos de idade.
– Comecei no futebol de 5 através do meu professor de educação física, o Francisco, meu técnico. Ele estudava na faculdade e conheceu o futebol de 5 através de um projeto que estava fazendo. Ele me indicou para conhecer o CESEC, onde atualmente eu jogo, então desde os meus 15 anos eu estou no futebol de 5.
As boas exibições contribuíram para o Brasil ficar com o título da competição (venceu a Argentina por 1 a 0 na final) e lhe renderam elogios do técnico Fábio Vasconcelos, ex-goleiro, com três conquistas paralímpicas.
– Foi bem. No começo do campeonato ficou um pouco tenso, porque é um menino que nunca tinha jogado pela seleção brasileira e pegou uma responsabilidade dessa tão grande. Mas ele foi crescendo e nos últimos dois jogos ele fez a diferença, na final ele foi muito bem. Então ele fez a parte dele, e na minha visão ele até surpreendeu, foi mais do que o esperado pela pouca experiência dele de jogos. Mostrou ser um goleiro frio, não mudou com a pressão do público, diante mesmo da própria comissão técnica que tinha o objetivo de ser campeã. Ele foi bem importante nessa conquista do Brasil – analisou o treinador brasileiro.
A participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos tem números extraordinários quando o assunto é defesa. Das quatro edições que tiveram até o momento, a seleção sofreu apenas quatro gols, sendo que em duas delas passou a competição inteira sem ser vazado. No Parapan de Jovens, o Brasil manteve o bom desempenho no sistema defensivo e dificultou a vida dos atacantes adversários. E com apenas dois gols sofridos, Wesley fez questão de dividir esse mérito com todos os jogadores.
– Nosso entrosamento ali na defesa é muito bom. Nós aproveitamos cada fase de treinamento que tivemos, para nos adaptar e entrosarmos, eu passar a confiança a eles, que é muito importante. Nós conversamos nas fases de treinamento, trocamos ideias de como poderia orientar, como eles gostariam, então, nós ficamos bem entrosados e conseguimos fazer um grande papel na competição. Fomos a defesa menos vazada e conseguimos sair com o ouro. Usamos como espelho a seleção principal, que tem grandes defensores, grandes goleiros, e sempre saem das competições como a defesa menos vazada – disse Wesley.
Ainda em seu início de carreira, mas com uma conquista importante, Wesley revelou ser fã de dois goleiros, e faz questão de acompanha-los para continuar aprendendo e crescendo no futebol de 5.
– Me espelho muito no Luan e no Vinícius. São dois grandes goleiros e tenho eles como exemplo, e eu procuro o máximo ver os vídeos deles, os jogos que tenho a oportunidade assistir e tirar o máximo para poder eu crescer mais. Então o Luan e o Vinícius são grandes goleiros, são ídolos do futebol de 5 e me espelho muito neles – encerrou o jovem.