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Da gráfica para o gramado

Com mais de um século de existência, o jornal “A União” sempre contribuiu como testemunha, outras vezes como personagem da história política e sociocultural do estado da Paraíba e do Brasil. Um verdadeiro patrimônio dos paraibanos.
Essa empresa de comunicação estatal, que dentre várias atribuições edita excelentes livros e que também produz o Diário Oficial do Estado, conseguiu durante esses anos ser um jornal de vanguarda, acompanhando as mudanças ocorridas na área tecnológica e na informação escrita,  procurando manter a imparcialidade, a objetividade e a busca da verdade.
Em um passado não muito distante, o jornal “A União” foi batizado pelo intelectual José Américo de Almeida como sendo a primeira universidade do estado, tamanha era a sua capacidade de aglutinar em suas páginas, o que de melhor possuía e existia no jornalismo da terrinha.
Qual o escritor, poeta ou ensaísta que não ficou lisonjeado com a publicação de um seu trabalho no famoso suplemento Correio das Artes do jornal “A União”?
Fora essa enorme contribuição em termos de informação aos leitores do estado, como também em termos de preservação da história do país, sendo, os seus arquivos, fonte inesgotável de pesquisa para estudantes, pesquisadores e escritores, o jornal “A União” teve uma incursão no futebol paraibano, mantendo por vários anos um time de futebol, profissional e amador denominado de Esporte Clube União.
Ele – o clube- usava as cores da bandeira do estado em seu uniforme de jogo, disputando vários campeonatos estaduais e chegando a realizar partidas interestaduais, sendo por muito tempo dirigido por um de seus funcionários, o desportista e temperamental Manoel Costeira Neto, o popular seu Costeira, que deixou o seu nome associado ao time.
Dentre uma das curiosidades desse saudoso time, consta que o  editor de esportes da época, o também patrimônio do jornalismo do estado Ivan Bezerra, assumiu como técnico do time profissional por vários meses, usando a sua experiência e conhecimento adquirido no dia a dia. Segundo consta no livro de Eudes M. Toscano, o maior problema enfrentado pelo jornalista treinador foi afastar os jogadores, antes das partidas, da mesa de bar. A turma jogava muita bola, porém também gostava muito de tomar umas…  Ivan Bezerra também gostava de umas geladas, aí complicava tudo.
O time rubro-negro chegou a revelar e a ter grandes craques que marcaram época em nosso futebol,  como Delgado, Vicente Jansen, Lando, Valdecy Pereira, Farias, Fernando Freire, Orlando, Jú, Naná Montenegro, Mineiro, Biu Ferreti, Ferreira e tantos outros. Destaco aqui os jogadores Lando, que fez aquele histórico gol na final de 1968, em Campina Grande, e Ferreira, que  jogou no Cruzeiro, na época de Tostão, e depois ao lado de Pelé, no glorioso Santos.
A bola deixou de ser jogada no jornal “A União”, como nos bons tempos de seu Costeira e Ivan Bezerra, ambos já falecidos … Porém a sua equipe de jornalismo esportivo nunca deixou de marcar gols de placa, noticiando e cobrindo sempre com profissionalismo os eventos internacionais, nacionais e acima de tudo o disputado campeonato paraibano.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas, ficou a certeza de que o extinto  Esporte Clube União, escreveu o seu nome, com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibana
Será no próximo dia 10 de setembro do fluente ano, as 20 horas, no tradicional Esporte Clube Cabo Branco a grande festa que anualmente o desportista Adenilson Maia, o popular UNIÃO, realiza homenageando os destaques do esporte paraibano.
Por Serpa Di Lorenzo
Causos & Lendas do Nosso Futebol
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