Nós temos o melhor,
E à nossa canção, sabemos de cor
Cantar, cantar, cantar e sem parar
A – S – T – R – É – A”.
Ele já existia antes da proclamação da República do Brasil, pois a sua fundação data do ano de 1886, tendo a sua sede social inicial funcionado na Rua Duque de Caxias, no centro da Capital e posteriormente transferida para o “Palacete de Tambiá”, como era conhecida até ser completamente reformada e ampliada por um arrojado projeto com a assinatura do Dr. Mário Di Lascio.
A nova estrutura construiu os modernos salões de festa, o polivalente Ginásio de Esportes Eugênio Toscano, o moderno Parque Aquático, vestiários, restaurante, boate, quadra externa, parques infantis, estacionamento, tudo moderno e bem localizado na tradicional Rua Mons. Walfredo Leal.
Ali se brincava os quatro dias de carnaval, e mais a tradicional prévia momesca denominada de “Azul e Branco”. Todo ano havia a salutar disputa com o eterno rival Cabo Branco. Orquestra, fantasias, lança-perfumes e o Montila com coca e gelo, o dia amanhecia. A festa de São Pedro também era uma tradição daquele clube.
Agora, deixando à parte os festejos o destaque maior daquela agremiação social e desportiva, era o esporte amador. O clube mantinha todas as categorias e modalidades de esporte amador funcionando, tendo como destaque a natação, o futebol de salão, o basquete e o voleibol.
Suas equipes representavam o Estado em torneios por todo o país. As suas cores já eram respeitadas e rivalizadas pelos grandes clubes do Recife, em particular o tradicional Clube Náutico Capibaribe. Pertencer aos quadros de atleta do Astréa era status para qualquer jovem.
E para abrilhantar e fomentar a prática de esportes na cidade, aquela agremiação patrocinava todos os anos os famosos Jogos da Primavera, os Jogos Escolares e ainda cedia suas dependências para os Jogos Universitários da Paraíba. Todas as competições citadas eram casa cheia, com torcidas das escolas particulares e públicas. Esses eventos eram precedidos por um bonito e disputado desfile dos atletas.
Pois bem o Clube Astréa se revezou com o Clube Cabo Branco na hegemonia dos esportes amadores nas décadas de 60, 70 e 80. Mas aquela agremiação azul e branca, também deu enorme contribuição ao nosso futebol. Sim, amigo leitor, na década de 40 do século passado, o time do Bairro de Tambiá formou vários quadros imbatíveis e temidos.
Inclusive conquistando o bicampeonato estadual de futebol profissional nos anos de 1942 e 1943, decidindo essas duas competições contra as equipes do Treze, de Campina Grande, e do Cabo Branco, de João Pessoa.
Os detalhes importantes desse bicampeonato foram: Primeiro, foi o fato do Botafogo Futebol Clube ter se desligado da FDP (antecessora da FPF) e não ter disputado os mesmos, tendo os seus jogadores sido aproveitados pelo time alviceleste. Segundo, o presidente do Astréa, Sr. Renato Ribeiro, ter reforçado o time com o famoso técnico estrangeiro Carlo Viola e alguns jogadores do estado da Bahia. O time base que conquistou o bicampeonato em 1943 foi esse: Pagé, Martelo e Aluizio, Paisinho e Nilo, Zé Pequeno, Geraldo e Henrique, Giovani, Zé de Holanda e Lima.
Caso não tivessem encerrados as suas atividades no futebol profissional, Astréa e Cabo Branco seriam duas potências no nosso campeonato.
É muito triste nos dias de hoje passarmos em Tambiá e vermos aquela estrutura toda- que serviu na formação e aperfeiçoamento de muitas gerações do estado- sem atividade, sem conservação … sem alma, servindo para estacionamento comercial.
# Extraído do livro “Causos & Lendas do Nosso Futebol”.
