A agradável cidade de Sousa sempre disputou com as cidades vizinhas de Patos e Cajazeiras a hegemonia do futebol do sertão paraibano. Hoje ela possui a forte equipe do Sousa – o Dinossauro do Sertão – disputando com os grandes times de Campina Grande e João Pessoa o título de campeão do estado, taça essa que já conquistou por duas vezes, em 1994 e em 2009.
Porém, no longínquo ano de 1974, um grupo de desportistas da “Cidade Sorriso” fundou o Atlético Sport Club, com as cores azul, vermelha e branca. Aquela agremiação saudosa mandava os seus jogos no Estádio Municipal Antonio Mariz, o Marizão, local que era quase imbatível.
O Atlético de Sousa, como ficou conhecido na década de setenta, disputou o campeonato paraibano da primeira divisão por três anos consecutivos, 1975, 1976 e 1977, obtendo boas classificações e vitórias expressivas. Era uma época de euforia e de crescimento do nosso futebol pois os estádios – Almeidão e Amigão – tinham sido recém inaugurados e a antiga CBD, hoje CBF passara a incluir os nossos clubes nas competições nacionais.
O seu melhor jogador, o centroavante “Edilson”, foi uma lenda no sertão, conseguindo a proeza de ser artilheiro do campeonato estadual por dois anos seguidos, quando marcou 13 gols em 1975 e 16 em 1976 vestindo as cores do Atlético de Sousa. Edilson recebeu vários convites de clubes grandes do nordeste e do sul do país, chegou inclusive a jogar uma temporada no Botafogo da capital.
Ao lado desse craque e artilheiro o esquadrão do sertão possuía excelentes jogadores, mesclando atletas jovens com os experientes, como Gerlúcio, Zamba e Nego Di. O conjunto daquela equipe e o preparo físico também chamavam a atenção da imprensa e do torcedor.
No primeiro ano em que disputou o campeonato estadual da primeira divisão, em 1975, não só teve o artilheiro da competição, que foi Edílson, como conquistou o quinto lugar na classificação geral, obtendo cinco vitórias, um empate e quatro derrotas.
Os torcedores que acompanham o nosso futebol desde a inauguração dos estádios acima citados vão recordar com saudade da classe do jogador Gerlúcio, da disposição de Zamba, da aplicação de Nego Di e principalmente dos dribles, das arrancadas e dos belíssimos gols marcados pelo artilheiro Edilson.
Mesmo tendo desaparecido do cenário futebolístico do estado, aquela agremiação escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na belíssima história do futebol paraibano.
Serpa Di Lorenzo