Camisa 10 tem apenas 18 anos e já faz parte da Seleção Principal da modalidade. Ele é o artilheiro da competição, com cinco gols. Evento reúne 1.300 atletas do país e do Reino Unido em São Paulo
Com apenas 18 anos, o jogador de futebol de 5 (para cegos) Eduardo Junior Oliveira, mais conhecido como Dudu, liderou a equipe do Rio de Janeiro nesta manhã de quarta-feira, 27, na vitória por 2 x 0 sobre a equipe da Paraíba, nas Paralimpíadas Escolares 2013, que ocorrem em São Paulo até sexta-feira, 29. Os dois gols da partida vieram dos pés deles, assim como os três do jogo de ontem, vencido por 3×2 contra um combinado Bahia/Paraná. O Rio de Janeiro agora é líder da competição e Dudu, o artilheiro do torneio, com 5 gols.
Carioca de Bonsucesso, o jogador nasceu com glaucoma congênito e jamais enxergou. No Instituto Benjamin Constant, onde estuda, conheceu o futebol adaptado e passou a praticar a modalidade que gostava de ouvir pela televisão. Os primeiros toques na bola foram em 2007, mas ele ressalta que, na época, estava apenas aprendendo. “Comecei a jogar mesmo em 2010”, diz.
Parrudo, talentoso, dono de poucas palavras e muitos dribles, Dudu logo se destacou. Em 2011, veio a primeira convocação para a Seleção Brasileira principal. “Quando me convocaram, nem acreditei. Achei que era brincadeira do meu treinador da época. Ele sempre gostava de zoar comigo”, relembra.
Desde e então, ele já conquistou dois títulos em desafios internacionais com o time principal de futebol de 5 do Brasil e um vice-campeonato com a seleção sub-23. “Gosto muito de estar com a seleção. Os jogadores como o Jeffinho e o Ricardinho me dão várias dicas”, diz, citando dois dos maiores nomes do futebol de 5 do mundo.
“O Dudu sabe mais de futebol de 5 do que eu”, brinca a treinadora da equipe fluminense, Rhaiane Leite de Andrade. “Na seleção principal, ele aprendeu muito, voltou bem mais experiente e maduro”, elogia.
Responsável por praticamente todas as jogadas perigosas do time do Rio de Janeiro, o camisa 10 Dudu quer voltar para casa com o bicampeonato – o Estado foi campeão das Paralimpíadas no ano passado – e com a artilharia, claro. Os objetivos depois da competição também já estão bem traçados: continuar jogando bem para estar nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro-2016, e passar no vestibular para Letras. “Quero me formar em português e espanhol”, afirmou.
No total, cinco equipes participam do torneio (pontos corridos) da modalidade nas Paralimpíadas Escolares. Os jogos são realizados na Escola de Educação Física da Polícia Militar, no Canindé. O local ainda recebe competições de futebol de 7, tênis em cadeira de rodas, goalball e natação.
Bocha
Celeiro de grandes atletas, as Paralimpíadas Escolares permitem que alunos comecem a trilhar os seus sonhos no esporte. Nesta quarta-feira, 27, no Parque Anhembi, em São Paulo, o jogador de bocha Hygor Santos, 14, avançou mais um estágio para a sua segunda medalha de ouro na competição.
Campeão em 2011 na categoria BC3, que necessita ajuda da calha para jogar, o menino natural de Mato Grosso do Sul venceu Giovana dos Santos, do Rio de Janeiro, por 8 x 2. “Não estou aqui em São Paulo passeando. Faço isso em shoppings, parques lá no meu Estado”, brinca o simpático garoto que contou com o apoio dos atletas e treinadores de outras modalidades que representam Mato Grosso Sul nas Paralimpíadas Escolares.
Voleibol sentado
O time do Pará, tricampeão da competição, não decepcionou e foi o primeiro a garantir vaga nas semifinais ao bater São Paulo por 2 sets a 0. Na outra partida da manhã desta quarta-feira, 27, o Rio de Janeiro ganhou esperanças de seguir no torneio ao bater Minas Gerais por 2 sets a 1.
Atletismo
Para a paranaense Denise Eusébio, da classe T54 (cadeirantes), o maior evento escolar paralímpico do mundo foi uma oportunidade de experimentar uma prova mais longa do que as que costuma fazer. A jovem de 17 anos, que compete desde os 15, sempre preferiu as provas rasas, como os 100m, 200m, e 400m. Em São Paulo, resolveu experimentar os 1.500m a pedido do treinador Victor Abrozino.
A frustração foi esquecida nesta terça-feiracom a medalha de ouro nos 1500m. “Não gosto muito dos 1.500m, mas meu treinador pediu e eu vou seguir treinando assim”, disse a paranaense, que perdeu o movimento das pernas aos cinco anos de idade, depois de ser atropelada por uma moto em Cascavél, no Paraná.
As Paralimpíadas Escolares se estendem até sexta-feira, 29, e reúnem cerca de 1300 atletas, de 12 a 20 anos, em 10 modalidades. Os jogos encerram o calendário 2013 de competições nacionais do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e são realizados em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e com a Prefeitura da capital paulista.
Paraibanos
Os para-atletas paraibanos brilharam nesta terça-feira (26) no atletismo das Paralimpíadas Escolares 2013, em São Paulo, e logo no primeiro dia de competição já conquistaram 12 medalhas, sendo seis de ouro e outras seis de prata. As de ouro vieram com: Amauri Luciano, Petrucio Ferreira, Renan Bezerra e Joeferson Marinho e Bruna Alves, que conquistou duas.
As de prata foram conquistadas por José Ariomar, Jane da Silva, Maria Eduarda, Felipe Fernandes, Daniel Pablo e Elivelton Pinto.
