Dia Nacional do Futebol: entenda como ídolos estrangeiros tornaram-se referência no país - SóEsporte
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Dia Nacional do Futebol: entenda como ídolos estrangeiros tornaram-se referência no país

Dia Nacional do Futebol: entenda como ídolos estrangeiros tornaram-se referência no país

Em tempos de globalização, futebol europeu cresce como inspiração para jovens jogadores; especialistas comentam 

O dia nacional do futebol, criado para celebrar o futebol brasileiro, reconhecido globalmente como celeiro de craques e pelos cinco títulos mundiais, é comemorado neste sábado (19). Reconhecido pela excelência e pelo jogo bonito, o futebol nacional naturalmente proporcionou ídolos ao longo dos anos, os quais inspiraram gerações, desde Pelé, Garrincha, Zico, Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e muitos outros.

Ao longo dos anos, o Brasil se acostumou a ter grandes atletas tanto em clubes brasileiros quanto na Seleção. Na Copa do Mundo de 1962, por exemplo, os times nacionais tinham os principais craques da Seleção Canarinha, a exemplo do Botafogo, que contava com os titulares Nilton Santos, Didi, Garrincha, Zagallo e Amarildo, e o Santos, com nomes como Mengálvio, Coutinho, Pepe, Gylmar, Mauro, Zito e Pelé. 

Já na última das conquistas, em 2002, a presença de atletas que atuam no Brasil ainda era majoritária (13 dos 23 convocados jogavam no Brasil), embora as principais estrelas já atuassem no exterior, casos de Roberto Carlos (Real Madrid), Cafu (Roma), Ronaldo (Inter de Milão) e Ronaldinho (PSG).

Atualmente, entretanto, diante do cenário econômico, os principais craques nacionais vão para a Europa cada vez mais novos, a exemplos de atletas como Endrick e Estêvão, negociados pelo Palmeiras com Real Madrid e Chelsea, respectivamente, antes mesmo de completarem 18 anos.

“O futebol na América do Sul ainda está muito abaixo do nível europeu, especialmente em termos de treinamento e exigências. Como resultado, os clubes europeus buscam negociar com jovens atletas antes dos dezoito anos, para integrá-los às suas estruturas assim que atingem a idade legal.

Para um jogador de elite, limitar seu desenvolvimento ao cenário sul-americano por uma década ou mais não é vantajoso”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, agência norte-americana que gerencia as carreiras de atletas como Endrick e Vinicius Jr.

Ídolos e inspirações surgem no exterior

Como se já não bastasse a migração dos principais talentos brasileiros para a Europa, atualmente os olhares para competições do velho continente são cada vez mais frequentes em solo nacional. Um estudo do ano passado feito pela CLV Group, intitulado Global Fan Report, por exemplo, apontou que atualmente um em cada cinco brasileiros tem como time principal uma equipe de fora do país, sendo grande parcela das preferências representada por Real Madrid (30,48%) e Barcelona (16,05%).

Diante da saída precoce dos craques do país e a crescente identificação dos brasileiros com equipes europeias, Fábio Wolff, sócio-diretor da agência de marketing esportivo Wolff Sports, indica que tal conjuntura, além de dificultar a criação de uma conexão sólida dos atletas com seu país e com os clubes em que surgiram, também estimula a criação de ídolos estrangeiros para o futebol nacional. 

“O interesse do mercado europeu em adquirir atletas de futebol sul-americanos cada vez mais jovens pode impedir que os jogadores alcancem o status de ídolos e o reconhecimento pleno dos torcedores em seus países de origem. Com isso, o futebol europeu tem concentrado os principais craques e, naturalmente, tem atraído ainda mais a preferência até mesmo dos brasileiros, que também passaram a assistir mais atletas estrangeiros e tê-los como grande inspiração”, explica Wolff.

Nesse contexto, entre os principais jogadores que dominaram o futebol nos últimos anos, faltam brasileiros e sobram atletas nascidos na Europa ou que fizeram a carreira no continente europeu, a exemplo de Cristiano Ronaldo, Modric, Neuer, Messi, Suárez, entre outros.

Talvez um dos principais exemplos, tanto pelos recordes conquistados quanto pela identificação com o público, seja o argentino Lionel Messi, sucesso dentro de campo e admirado por todo o mundo, superando inclusive rivalidades históricas como entre Brasil e Argentina. Desde a torcida de milhares de Brasileiros para Messi pela Seleção Argentina à chegada de uma exposição imersiva sobre o craque no Brasil.

Em São Paulo, a exposição, em cartaz no Shopping Eldorado, conta a vitoriosa trajetória de Messi com o Barcelona, a redenção com a Argentina, e demais capítulos da carreira, incluindo até mesmo detalhes de sua vida pessoal e infância, a partir de projeções em 360 graus, inteligência artificial, jogos interativos e tecnologias de ponta. 

“Na ‘The Messi Experience’, o público poderá conhecer de uma maneira totalmente imersiva e interativa a história do menino que saiu de uma cidade pequena e se tornou uma das maiores personalidades de todos os tempos por sua dedicação, resiliência e valores, além da técnica, claro. É uma experiência inigualável e indispensável para todas as idades. Nela, os visitantes são convidados a fazer parte da história de Leo Messi, contada por ele mesmo com toda a emoção e detalhes”, destaca Pedro Bianco, Presidente da Dançar Marketing, produtora local da exposição no Brasil.

Leonardo Oliveira

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