Entenda objetivos do Forte Futebol, grupo com Ceará e Fortaleza para a criação de uma liga no Brasil - SóEsporte
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Entenda objetivos do Forte Futebol, grupo com Ceará e Fortaleza para a criação de uma liga no Brasil

O movimento para criação de uma liga de clubes para organizar um novo Campeonato Brasileiro (Séries A e B) ganhou apoio da CBF. A ideia embrionária começou em 2021, em movimento coletivo, e visa gerir o torneio, com redistribuição de receita principalmente dos direitos de transmissão, a partir de 2025, quando o contrato atual é encerrado.

O panorama: hoje, a CBF é responsável pela gestão do Brasileirão e firmou contrato de transmissão com a Rede Globo até 2024. Os times então buscaram criar uma liga, que assumiria essa função da entidade nacional e seria responsável pela comercialização do “produto futebol”, o que permitiria que os clubes criassem mais receita, se aproximando dos modelos internacionais, como a La Liga, que organiza o Campeonato Espanhol.

Após reuniões, a iniciativa perdeu força por divergência das próprias equipes, que não encontraram consenso, o que pausou o processo. Em 2022, reuniões retomaram a pauta e originaram grupos, como o Forte Futebol, formado por Ceará, Fortaleza e outros 10 times.

OBJETIVO DO FORTE FUTEBOL
Em carta aberta, 10 times tidos como ‘emergentes’ fundaram o movimento Forte Futebol: América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude. No segundo momento, Atlético-MG e Internacional também foram incorporados na ação.

PRESIDENTE DO FORTALEZA, MARCELO PAZ:

“O objetivo é, na intenção de criação de uma liga, ter uma discussão mais justa em todos os direitos que envolvem uma liga. O futebol mundial tem ligas consolidadas, como La Liga, Bundesliga e MLS. Nessas ligas se pressupõe igualdade, menor distância financeira entre o que mais ganha e o que menos ganha, diferente do Brasil. Chega a ser 7 vezes a receita do que ganha mais para o que menos ganha. Nas outras ligas, é no máximo 3 vezes”.

PRESIDENTE DO CEARÁ, ROBINSON DE CASTRO:

“Os times de camisa forte, os cinco times de São Paulo mais o Flamengo formaram um bloco, então nós formamos um também, com equipes que seriam as emergentes. Conversamos com o Botafogo, mas ainda está em transição por conta da SAF, mas isso (o bloco) será fundamental para o futuro. Vamos nos organizar para vender os nossos direitos de transmissão. Isso é o que vai gerar o nosso tamanho de clube para os próximos 10 anos”, pontuou o presidente alvinegro Robinson de Castro.

DESIGUALDADE NAS RECEITAS

No modelo atual, os clubes do Brasileirão recebem receita por conta da transmissão. A distribuição envolve valores para a exibição na TV Aberta, TV Fechada e Pay-Per-View. O total é acrescido de montantes gerados pelas placas estáticas dos jogos e dos direitos internacionais de transmissão.

Nessa estrutura, vigente apenas até 2024, dois pontos são tratados como os mais desiguais por membros do bloco Forte Futebol. Os aspectos são: pagamento de Pay-Per-View e Exibição.

Pay-Per-View: o time que mais recebe ganha R$ 160 milhões por ano, enquanto equipes como o Cuiabá, por exemplo, ganham menos de R$ 2 milhões. Assim, um abismo econômico é formado com equipes que participam da mesma competição. O bloco entende que há times que podem ganhar mais, possuem mais torcida, mas considera a disparidade atual como prejudicial para as equipes.

Exibição: em 2021, cada partida transmitida na TV Aberta rendia R$ 1,2 milhão aos envolvidos. O Fortaleza, que terminou na 4ª posição da Série A, teve apenas quatro jogos exibidos, enquanto outros tiveram 18 partidas. No entendimento do bloco, isso também gera desequilíbrio financeiro.

Por Alexandre Mota

Diário do Nordeste

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