Quem caminha pelas das praias dos bairros de Manaíra e Tambaú, facilmente se depara com um senhor, bem-vestido, empurrando um carrinho de som e distribuindo CDs de músicas evangélicas. O senhor, de conversa agradável, tenta sempre levar ao conhecimento de quem encontra a palavra de Deus e faz isto por um único motivo: Foi assim que ele mudou de vida.
Trata-se de Zezito, o lateral esquerdo do Botafogo, que vestiu a estrela vermelha no peito entre os anos de 1968 e 1973. Após os anos de glórias, que o renderam o tricampeonato em 1970, Zezito passou por dificuldades e se entregou ao álcool, mas voltou à vida quando começou a frequentar uma igreja.
Hoje, o ex-jogador vive de sua aposentadoria e, mesmo precisando de um incremento na sua renda, nada cobra pelos CDs que carrega. É para dar a um dos ídolos do clube o verdadeiro valor, que a diretoria do Botafogo apresenta aos mais novos e relembra aos mais velhos o rosto deste senhor.
O Botafogo é time de história formada por estes homens, que passeiam pelas ruas da cidade e passam quase despercebidos. “Torcedor botafoguense, ao reconhecê-lo nas ruas de nossa arborizada cidade, pare, cumprimente-o, aperte-lhe a mão, pois ele suou e honrou muito a camisa meia dúzia do Belo”, pediu Francisco Di Lorenzo Serpa, vice-presidente do Departamento Social.
Zezito: o atleta de Cristo!
O jovem pernambucano José Máximo da Silva, conhecido por ZEZITO, de acordo com Francisco Di Lorenzo Serpa, vice-presidente do departamento social do Botafogo, foi transferido das categorias de base do Santa Cruz do Recife para o Nacional de Patos e, ao se destacar no time sertanejo, foi juntamente com o também pernambucano Lúcio Mauro transferido para o nosso querido Botafogo Futebol Clube, no longínquo ano de 1968.
“E aquele lateral esquerdo chegou ao alvinegro da estrela vermelha para marcar e escrever o seu nome na história do clube mais vezes campeão do estado. No mesmo ano em que chegou assumiu a titularidade no time e sagrou-se campeão. No ano seguinte sagrou-se bicampeão e foi coroado com o tricampeonato em 1970″, destaca Serpa.
Ainda segundo o dirigente, “Zezito fez parte de uma geração de jogadores que jogavam com amor e dedicação ao time, pois os recursos financeiros e as recompensas eram quase inexistentes”.
“O atleta em comento possuía uma dedicação extraordinária, um preparo físico acima da média da época e era conhecido por seu vigor físico em campo, pois com ele não havia bola perdida, dividia todas e quase sempre levava vantagem. Os adversários já entravam em campo sabendo da muralha que teriam de enfrentar”, afirmou Serpa.
“Dentre as lembranças desse ex-atleta consta ter enfrentado o Santos do Rei Pelé, por duas vezes, principalmente no histórico jogo em que foi marcado o 999º gol do maior jogador de todos os tempos, no saudoso estádio Olímpico do Boi Só”, continua o dirigente.
“Zezito permaneceu no Botafogo por seis anos, de 68 a 73, sempre sendo o titular absoluto da lateral esquerda. Nesse período só não jogou quando esteve machucado ou suspenso”, de acordo com Serpa.
“O nosso ex-atleta ainda jogou no Ferroviário de Fortaleza, no Riachuelo e no Força e Luz, os dois últimos da cidade de Natal-RN. Ao encerrar a sua carreira profissional, Zezito morou com a família na cidade do Rio de Janeiro”, ressaltou Serpa.
“Depois retornou e fixou residência na cidade do Recife, passando a ter uma vida desregrada, onde prevalecia uma contumaz bebedeira que por pouco não destruiu a ele e a sua família. Zezito procurou ajuda em uma igreja cristã, foi acolhido juntamente com a sua esposa”, opina o dirigente alvinegro.
“Hoje, aos 66 anos de idade, ele reside na cidade de João Pessoa onde diariamente é visto na orla marítima pregando a Bíblia, distribuindo CDs e DVDs com testemunhos de diversas pessoas”, afirma.
“Ele é esse cidadão que diariamente percorre as praias da capital empurrando um carrinho de som, portando um chapéu e um paletó bem alinhados, com um sorriso manso e conversa agradável, sempre em busca da palavra de Deus”, disse Serpa.
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