Junior jogou no Flamengo de 1974 a 1984, conquistando vários títulos, inclusive o de Campeão Mundial Interclubes no Japão, em 1981.
Depois do Flamengo, foi negociado ao Turino, ficando até 1987 de onde saiu para jogos como meio campista no Pescara na cidade do mesmo nome também na Itália. Lá permaneceu até 1989, quando retornou para o Flamengo, ficando até 1993, sendo responsável no ano anterior pelo quinto título brasileiro do clube, o primeiro sem a presença de Zico, alcançando a marca de 800 jogos com a camisa do rubro negro carioca.
As atuações pelo Clube de Regatas Flamengo renderam sua convocação para a Seleção Brasileira, na qual durante muito tempo foi referência atuando no meio de campo do selecionado nacional.
Pela Seleção Brasileira, Junior conseguiu a marca incrível de 74 partidas disputadas, conseguindo 43 vitórias, 17 empates e 09 derrotas, marcando 06 gols. Também esteve na seleção olímpica em 14 jogos e marcou um gol. Foi campeão do Torneio Pré-Olímpico de 1976 e da Copa da Amizade em 1992 (Confederação Brasileira de Futebol).
Em outras palavras, além de ser reconhecido como um dos grandes ícones da história recente do Clube de Retas Flamengo, Junior marcou sua história no futebol brasileiro como um dos grandes atletas de seu tempo.
Em termos de Paraíba, no entanto, nenhum outro atleta obteve tanto destaque quando Iomar do Nascimento, o Mazinho. Nascido na cidade de Santa Rita no dia 08 de abril de 1966, Mazinho é considerado o maior destaque entre os jogadores paraibanos que saíram do Estado para brilhar no futebol profissional.
Revelado pela equipe do Santa Cruz da cidade de Santa Rita – PB, na década de 80, Mazinho passou pela Seleção Paraibana Júnior e com 16 anos se transferiu para o Vasco da Gama, clube pelo qual conquistou vários títulos até ser Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira nos estados Unidos em 1994.
Mazinho iniciou sua carreira como lateral esquerda e depois se firmou como meio campista. Atuou inicialmente no Brasil pelo Santa Cruz – PB de 1993 a 1986; Vasco da Gama de 1986 a 1990. No exterior jogou nas equipes do Lece de 1990 a 1991; Fiorentina de 1991 a 1992; Palmeiras de 1992 a 1994; Valência de 1994 a 1996 e Celta em 1997.
Em 2001, já com 35 anos, Mazinho retornou ao futebol brasileiro onde voltou a atuar pelo Vasco da Gama e no final da carreira ainda teve uma passagem pelo Vitória da Bahia. Craque desde os tempos de juvenil do Vasco, o atleta sempre impressionou pela versatilidade, sua posição natural nos juniores era no meio de campo e nessa posição subiu para a equipe principal em 1986.
Devido ao acúmulo de bons jogadores no setor, foi um dia improvisado na lateral esquerda e de lá não saiu até ser transferido do Vasco para a Itália em 1991. Pelo clube carioca Mazinho conquistou vários títulos, como o bicampeonato carioca de 87-88 e o campeonato brasileiro de 89.
Na Itália, atuou no meio de campo e neste setor atuou também posteriormente no Palmeiras, na Seleção Brasileira e no Valência da Espanha. Em suas primeiras convocações para a seleção, foi um reserva capaz de atuar com eficiência em ambas as laterais, inclusive tendo jogado de lateral direita na final da Copa América em 89, quando se sagrou campeão vencendo o Uruguai por 1 a 0 no Maracanã.
Mazinho participou de duas copas do mundo, ficou no banco na copa de 1990 e começou a copa de 94 também como reserva, mas se firmou como titular do meio de campo no decorrer da histórica competição em que o Brasil conquistou o tetracampeonato mundial.
Entre os atletas formados na escolinha de futebol da Paraíba, três paraibanos se destacam no cenário nacional e internacional: Marcelinho Paraíba, Fábio Bilica e Givanildo Hulk. A história dos garotos oriundos dos subúrbios pobres da periferia da cidade de Campina Grande é parecida. Os atletas de Campina, aqui em destaque, chegaram às escolinhas de futebol do professor Dr. Luizinho Bola Cheia por livre e espontânea vontade.
Marcelinho apareceu para o mundo seguindo os passos de Índio, Assis Paraíba, Rinaldo, Mazinho e Júnior. Marcelinho Paraíba, como é mais conhecido, é outro atleta que faz história no futebol paraibano e mundial. O franzino Marcelinho Paraíba com 14 anos e poucos meses, surgiu numa peneira no campo do Renascença defronte ao Estádio Plínio Lemos, onde atualmente existe a Vila Olímpica da Prefeitura Municipal do bairro de José Pinheiro, cerca de 100 meninos de vários bairros de Campina Grande compareceram ao peneirão divulgado através das emissoras locais, Rádio Borborema e Caturité no dia 10 de maio de 1989.
Entre dezenas de jovens atletas, ali estava Marcelinho Paraíba, filho de Pedrinho Cangula, ex-artilheiro do Campinense Clube e de outras equipes do Piauí e Alagoas. Nascido no bairro de José Pinheiro em Campina Grande no dia 17 de maio de 1975, Marcelinho se destacou na Escolinha Bola Cheia, juntamente com Cladson, Tony, Dó, Jajá e Luciano Chimbel. Talentos que com ele subiram para o profissional.
Destaque no cenário do futebol brasileiro da atualidade, no qual atua pela equipe do Sport Clube Recife, Marcelinho iniciou sua carreira nas escolinhas de futebol, sendo depois revelado como atleta profissional pelo Campinense Clube da Paraíba, clube pelo qual conquistou dois títulos do campeonato paraibano.
Entre 1994 e 1995 teve uma rápida passagem pelo Santos, mas dois anos mais tarde foi o grande destaque do São Paulo Futebol Clube, onde conquistou dois títulos antes de ser vendido para o Olympique de Marseille da França, no qual ficou por apenas um ano, 2001, retornando para o Brasil para atuar na equipe do Grêmio de Porto Alegre quando começou a viver o auge de sua carreira, tornando-se ídolo dos gremistas.
Campeão e artilheiro do campeonato gaúcho e também da Copa do Brasil, quando marcou um gol no segundo jogo da final contra o Corinthians, não chegou a atuar pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, já que acabou conseguindo um contrato de cinco anos com Hertha Berlin da Alemanha, clube modesto que ajudou a conquistar o título da Copa da Liga Alemã de 2001, façanha que acabou lhe rendendo um convite para a Seleção Brasileira.
Pelo Hertha Berlin, Marcelinho voltou a conquistar mais um título alemão, desta vez em 2002, consagrando-se bicampeão. Além dessas conquistas, o craque teve sua trajetória eternizada no futebol alemão através da cineasta carioca Ana Azevedo que esteve na Alemanha em fevereiro de 2005, quando foi selecionada para participar do Talent Campus Festival de Berlim e escolheu o tema futebol para rodar um filme com o qual concorreria às premiações do certame em 2006, cujo roteiro era baseado na história do paraibano Marcelinho Paraíba, segundo o jornal A Palavra 2005, declaradamente amante do futebol, Ana Azevedo passou a pesquisar sobre a prática desse esporte na capital alemã e, para sua grata surpresa, logo percebeu que seria impossível dissociar a figura de Marcelinho Paraíba do futebol jogado na Alemanha.
Fábio Bilica se apresentou ao Brasil, além de Marcelinho Paraíba, poucos anos depois outro paraibano despontaria para o cenário do futebol internacional, era Fábio Bilica. Assim como os anteriores, esse atleta também despontou nas escolinhas de futebol do Dr. Luizinho Bola Cheia. Garoto pobre do bairro das Malvinas e criado pelos avós devido a ausência do pai que não acompanhou a sua infância paupérrima, também surgiu na Escolinha Bola Cheia em 1995 durante um treino realizado no período vespertino às quartas e sextas-feiras das 14 as 17:00 horas, no campo do Colégio Estadual da Prata, O Gigantão. Bilica contou ainda com a presença de vários colegas de infância que como ele se apresentaram para treinar naquela que era considerada a melhor escolinha de futebol da cidade.
Talento de 15 anos de idade, 1,85 de altura, com traços de craque, Bilica de imediato foi escolhido para viajar a Bahia, fato que contou com o apoio de sua mãe Lúcia (cabeleireira) que deu a permissão ao professor Dr. Luizinho Bola Cheia para que juntamente com mais três atletas viajasse para Salvador.
No primeiro treino coletivo com bola, Fabio Bilica foi aprovado pelo superintendente do Vitória, Newton Mota. Daí em diante o garoto cresceu assustadoramente nas divisões de base do Esporte Clube Vitória, até chegar rapidamente à Seleção Brasileira sub 17 e 19. Mas o atleta só se tornou realmente conhecido no Brasil quando foi convocado para as disputas do torneio pré-olímpico pelo então técnico da Seleção Brasileira Wanderley Luxemburgo em 1999.
Para estar nas Olimpíadas, Fabio Bilica teve de lutar contra seu clube que não queria liberá-lo. O esforço acabou não sendo premiado, pois o Brasil caiu nas quartas de final para a seleção de Camarões. Apesar disso, o atleta teve a sua permanência mantida no elenco da seleção que disputou a Copa do Mundo de Sidney, nos Estados Unidos.
Após atuar por equipe da Itália e da França, o atleta seguiu sua carreira jogando atualmente no futebol turco, onde é um dos destaques.
Bibliografia
Craques da Paraíba que jogaram pela Seleção Brasileira. Dr. Luisinho Bola Cheia.
Eduardo Pimentel
Técnico de Futebol
