FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - TREINADOR E TREINAMENTO (continuação) MASSAGEM - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – TREINADOR E TREINAMENTO (continuação) MASSAGEM

Massagem é o conjunto de manipulações praticadas sobre o todo ou sobre parte de um organismo vivo, com intuitos terapêuticos ou higiênicos. Pode ser de duas espécies:

1o) de preparação ou de manutenção

Massagem de preparação geral, exigindo uma técnica perfeita, a par de conhecimentos aprofundados; toques, tapas, compressão das massas musculares. Logo antes da partida, tratamento curto e pouco profundo, destinado a aquecer a musculatura e a estimular o sistema nervoso. Cuidar que o jogador não sinta frio. No intervalo, massagem relaxadora, sem provocar contrações musculares. depois da partida: massagem calmante, de curta duração, com manipulações lentas, suaves e profundas.

2o) de tratamento dos acidentes

Esta o “medico”, que não intervém senão depois de um diagnóstico preciso, só deve ser confiada a um técnico qualificado.

Todas as massagens, sejam quais forem, devem ser efetuadas por um especialista, mas é bom que o treinador lhes conheça os rudimentos.

Cuidados de urgência

O treinador deve saber desinfetar um ferimento, de modo a evitar o risco do tétano; tais lesões são, sobretudo, frequentes no couro cabeludo, na arcada sobre ciliar e no nariz.

Acidentes musculares mais comuns: contusão (massagem, compressas quentes); distensão (repouso, a massagem é perigosa se forçada); ruptura de fibras (repouso); ruptura muscular (repouso, cirurgia); Tendinite (repouso e calor).

Acidentes do joelho e do tornozelo: entorse (dor viva, nada de massagem, repouso); fratura do menisco (imobilizar a articulação, repouso); derrame da simovia, luxação (não pode jogar); fraturas (descalçar e imobilizar).

Preparação física – é necessário: 1o) manter a forma física do jogador; 2o) desenvolver suas qualidades atléticas (resistência, agilidade, velocidade, perícia), daí a utilidade de uma seção separada de educação física, pela qual se começa habitualmente o treinamento. Pode-se, no entanto, tentar efetuar simultaneamente os dois treinamentos – técnico e físico – e obter “com a bola no pé” as qualidades atléticas. Em todo caso, é preciso lembrar que preparação física do futebolista não é a mesma do ciclista ou do boxeador. Por tais razões a duração e a forma da “física” varia muito segundo os países e os treinadores.

A famosa laranja mecânica treinava até quatro horas por dia, várias distâncias. O time ficou até cansado e teve vários resultados negativos por ter corrido muito, porém quando chegou na competição o time descansou e correu muito.

Qualidades a desenvolver

Resistência, graças à corrida e à marchas alternadas, em velocidades diferentes, com ritmos diversos, sobretudo fora da cidade, nos bosques, nas distâncias de 400m, 300m, 200m, 100m e 50m, quanto menor a distância maior a velocidade.

Preparação técnica

A técnica pura é de aprendizagem muito árida. Apesar disso, ela não deve ser negligenciada. A técnica pode ser aperfeiçoada quer por meio de exercícios individuais e coletivos (que não se deve hesitar em repetir indefinidamente, mesmo no fim da carreira, como um pianista faz com suas escalas) quer por meio de jogos. Técnicas como travadas: 1o) sozinho, contra um muro; 2o) a dois, combinando com devolução da bola; 3o) de bolas lançadas cada vez mais alto.

Amortecer: 1o) sozinho: bolas fáceis e verticais, contra um muro; 2o) a muitas: bolas com trajetórias variáveis; 3o) combinando com passes, dribles, tiros. Dribles: 1o) aperfeiçoamento do toque e do controle da bola; 2o) percurso entre obstáculos inertes; 3o) entre obstáculos viventes; 4o) driblar cones com fintas. Fintas: sobretudo físico (corrida em ziguezague, meias voltas). Passe: passar a bola para si próprio, controlar com um pé, passar com outro. Cabeça: dois a dois, troca de bolas altas, e rápidas, parado e andando etc.

Preparação tática

No quadro verde ou no quadro magnético. Palestras do treinador antes dos jogos ou depois para analisar vitórias ou derrotas. É importante conhecer o jogo do adversário e as qualidades de cada jogador e das principais jogadas do time. É importante que os jogadores participem desta análise.

Concentração

Para melhor preparar uma partida, importante é afastar dos jogadores todas as tentações, alguns treinadores reúnem uma equipe fora da cidade, durante um ou mais dias. Este método tem suas vantagens (calma e descontração, melhores condições de preparação psicológica e tática, manutenção do espírito de equipe etc.) e suas inconvenientes (mudança de hábito, enfado).

PAPEL DO TÉCNICO NO DIA DA PARTIDA

É necessário vigiar discretamente os jogadores durante as horas que precedem o encontro para evitar o nervosismo, mas também uma descontração excessiva.

É necessário lembrar o esquema tático estabelecido durante a semana, seja antes de ir para o estádio, seja no vestiário, logo antes de começar a partida. Fazê-lo em termos claros e concisos.

No vestiário, atmosfera de calma, sem depressão. O treinador deve ocupar-se dos mínimos detalhes (chuteiras adaptadas ao estado do campo, massagem etc., e dar as últimas instruções ao capitão, referentes ao tempo, ao sol, o vento, o estado do gramado etc.).

Durante o jogo, alguns técnicos preferem permanecer na tribuna e confiar no capitão. Mas à maioria agrada mais viver a partida, e manter-se em contato constante com a equipe, por meio da palavra e do gesto (alguns treinadores imaginaram até uma linguagem secreta de gestos).

No vestiário, durante o intervalo, o papel do treinador pode chegar a ser capitão, se ele souber analisar claramente a situação, remediar o mal e encorajar a equipe.

Eduardo Pimentel

Técnico de Futebol

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