Gláucio Lima era mais do treino do que do jogo
“Treino é treino, jogo é jogo” – um dos ditados mais famosos do futebol, usado por boleiros, torcedores e jornalistas esportivos para dizer que é após o som do apito que tudo passa a valer de fato, pois o que conta são os resultados, nunca fez muito sentido para Gláucio Lima.
Na verdade, ele vivia essa lógica ao contrário. Não que suas atuações como repórter pista, cobrindo jogos a beira do gramado por mais de duas décadas, não fossem importantes, mas era nos treinamentos que o “Olho vivo” se realizava.
Foi do convívio quase diário com Gláucio, entre 2014 e 2016, cobrindo os treinamentos do Botafogo como repórter setorista – ele pela Rádio Tabajara e eu pela Correio, que eu guardo as melhores lembranças do amigo que se foi neste sábado (19).
Quando eu faltava algum treinamento tomava puxão de orelhas dele. Primeiro queria saber o motivo de minha ausência, depois dizia que lugar de repórter era no campo, vivendo a rotina do clube. Me deu muitas dicas e alguns conselhos, mas a principal lição eu aprendi apenas o observando.
Uma delas é que rádio se faz com paixão. E Gláucio era um apaixonado pelo rádio.
No seu coração também batia forte pelo Botafogo e pelos amigos de imprensa, e era com essa mistura que ele construía suas reportagens para a Rádio Tabajara.
Vai deixar saudades. Vai fazer falta.
Mas seguirá presente como inspiração.
Por Max Oliveira