O goleiro da camisa 999 - SóEsporte
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O goleiro da camisa 999

O GOLEIRO DA CAMISA 999
Por Nonato Nunes

Lá pelos fins dos anos 70 e início dos 80 eu costumava, aos domingos, ir com o meu pai, e mais alguns amigos do meu inesquecível bairro Nordeste 2, ao velho estádio Sílvio Porto, em Guarabira [96 km da capital, João Pessoa]. Era com satisfação que íamos assistir às partidas do famoso “Azulão do Brejo” ou o “Espantalho do Brejo”, como era mais conhecido o Guarabira Esporte Clube. Numa dessas minhas idas ao estádio me chamou a atenção o fato de o goleiro Lula [Luiz Marques] usar uma camisa com uma numeração diferente da de todos os demais de sua profissão. Podia-se ver, nas costas do grande arqueiro, o número 999. Por conta disso tive a curiosidade de saber, do meu pai, as razões pelas quais o goleiro do Guarabira usava aquele número na camisa dele, uma vez que o natural seria o número 1. E seu Luiz, o meu pai, infelizmente já falecido, me explicou que era pelo fato de Lula ter sofrido o gol de número 999 do rei do futebol. Pois é… Pelé [Édson Arantes do Nascimento] havia jogado contra o Botafogo da Paraíba, no dia 14 de novembro de 1969 [uma sexta-feira], no estádio José Américo [depois Dede e agora Vila Olímpica Parahyba, no Bairro dos Estados]. Nessa partida, Pelé, após marcar o gol numa cobrança de penalidade, assumiu a posição de goleiro [uma das três únicas vezes em que ele assumiu essa posição em toda a sua carreira], pois a cartolagem do Santos, por uma questão de marketing, queria impedir que o rei do futebol marcasse o histórico milésimo gol num estádio acanhado e considerado sem expressão no cenário futebolístico nacional. Queriam reservar essa primazia para o jogo seguinte, no Maracanã, então o maior estádio do mundo.
Porém, anos após, em 1995, o jornal “Folha de S. Paulo” investigou o assunto e descobriu [com bastante fundamentação, diga-se de passagem…] que Lula sofreu mesmo foi o histórico gol de número 1.000.
O certo é que ainda hoje esse assunto permanece em aberto.
Lula reside hoje na sua cidade natal, a simpática Itabaiana [agreste paraibano], onde possui um hotel.
Um abraço.

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