Oito equipes definidas e um torneio recheado de expectativa, já que há grandes chances de que o futebol de 7 se despeça do programa paralímpico nos Jogos Rio 2016. Com pouca permeabilidade em países africanos e em regiões da Ásia e da Oceania, a modalidade voltada para atletas com paralisia cerebral está virtualmente cortada dos Jogos do Japão, em 2020. Assim, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Irlanda, Rússia e Ucrânia terão na capital fluminense um ingrediente a mais para brigar pelo ouro. “Ao que sabemos, não há condições de reverter em relação ao Japão, para 2020. Estamos focados no Rio. Nosso objetivo é 2016, mas não é porque não vai ter no Japão que o futebol de sete vai acabar. Já se pensa, por exemplo, em um campeonato nos moldes paralímpicos durante a própria Olimpíada do Japão, mas em outra cidade”, afirmou Paulo Cabral, técnico da equipe brasileira. A lista completa com as oito seleções foi divulgada no site da Federação Internacional da Modalidade. A Argentina obteve a última vaga nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto. O país sul-americano terminou com a medalha de prata, derrotada pela Seleção Brasileira, que já tinha a participação assegurada como país-sede da competição. Segundo o regulamento da classificação do futebol de 7, podem participar os campeões dos três torneios continentais – o Europeu 2014, os Jogos Para-Asiáticos 2014 e Parapan-Americanos 2015 –, desde que estes torneios tenham, no mínimo, cinco seleções em disputa. As vice-campeãs dos torneios continentais válidos também se classificam, mas elas precisam ficar entre as oito primeiras no Mundial 2015. “Hoje temos mais de 30 países praticando, mas em algumas regiões, como o continente africano e o sudeste asiático, não há número suficiente nem campeonatos internos, mas estamos trabalhando forte para que em 2024 retorne ao programa”, afirmou Hélio dos Santos, coordenador da Seleção Brasileira de Futebol de 7. Por esta regra, o Europeu classificou a campeã Ucrânia e a vice, Holanda, que terminou o Mundial em 4º lugar. Já os Jogos Para-Asiáticos não tiveram o número mínimo de seleções em disputa no futebol de 7, portanto não foi válido para a classificação Paralímpica. O Campeonato Mundial do esporte – realizado em junho na cidade inglesa de Burton Upon Trent e vencido pela Rússia, com a Ucrânia em segundo – indicou os demais participantes dos Jogos Rio 2016. Lá, o Brasil terminou em terceiro. Rio intensamente Entre os atletas, o efeito é de ampliar ainda mais a dimensão das Paralimpíadas brasileiras. “Independentemente de 2020, o sonho de todos é ganhar em casa. Temos de deixar um pouco de lado essa questão e viver 2016 intensamente, que é o mais importante”, afirmou Jan, meio-campista da equipe no Parapan de Toronto. “Já tínhamos a responsabilidade de fazer uma bonita Paralimpíada. Sabendo que provavelmente vamos ficar fora em 2020, aumenta ainda mais a vontade de terminar esse ciclo com um ouro”, disse Wanderson, eleito duas vezes o melhor jogador do mundo, em 2009 e em 2013. “Como amante da modalidade, vou sempre acreditar que vai ser possível essa volta”, disse. Coordenador de classificação do Comitê Paralímpico Brasileiro, Claudio Diehl Nogueira explica que a Federação Internacional está trabalhando para atender as demandas do Comitê Paralímpico Internacional. “A princípio, para 2020 a decisão está tomada mesmo, mas estamos encaminhados para reverter em 2024”. Gustavo Cunha – brasil2016.gov.br |
