
A primeira conquista dourada veio com Odair Santos. O corredor da classe T11 recuperou-se da disputa dos 5.000m, quando liderava a prova nos últimos 100m e desmaiou em decorrência de uma hipertermia. Ele venceu os 1.500m em 4min04s48 e, de quebra, faturou sua décima medalha em Mundiais – são oito de ouro, uma prata e um bronze.
“Foi muito complicado. Eu vinha de um quadro difícil, porque tive hipertermia nos 5.000m e fui para o hospital desacordado. Então, passa um filme na cabeça quando a gente retorna. Ficará na memória o que aconteceu. Eu tinha de encarar outra batalha. Entrei com receio, mas superei mais essa com meu guia. Conquistamos mais uma medalha na carreira”, disse o atleta, nascido em Osvaldo Cruz, no interior de São Paulo.
Em seguida, foi a vez de Renata Bazone colocar o Brasil no lugar mais alto do pódio, nos 800m, T11. A prova, contudo, teve um drama adicional. Inicialmente, a vitória foi da colombiana Maritza Arango Buitrago, com a pernambucana em segundo e a chinesa Jin Zheng em terceiro.
No entanto, com base nas imagens da prova, a chefia técnica brasileira decidiu protestar o resultado da prova, sob a alegação de que o atleta-guia colombiano auxiliou sua atleta de maneira irregular. As equipes de Angola e da China também contestaram a atleta sul-americana, que acabou desclassificada. O time africano ainda questionou a atleta chinesa, que sofreu uma queda e foi ajudada a levantar-se por seu guia (o que não é válido) e foi eliminada.
Desta maneira, Renata conquistou a medalha de ouro com o tempo de 2min24s31. Em seguida veio a angolana Befilia Buya, com 2min34s72. O terceiro lugar do pódio ficou vago, uma vez que provas da classe T11 são disputadas por no máximo quatro atletas, já que as outras quatro raias são ocupadas por seus respectivos guias.
“Comecei a prova meio ‘lesada’, assim digamos, e não sabia se era nervosismo ou calor. Mas fui correndo e meu corpo foi ganhando vida. Foi quase no automático, sem pensar. Estou muito feliz com os tempos que fiz aqui”, disse a atleta, que havia sido medalhista de bronze da mesma classe, mas nos 1.500m.
A prata brasileira do dia foi conquistada pelo mineiro Claudiney Batista. Ele já havia sido medalhista de bronze no lançamento de dardo, classe F57, e voltou ao pódio nesta sexta-feira. Claudiney valeu-se da sua penúltimo chance para alcançar 44,37m – três centímetros a mais que o terceiro colocado, o azerbaijano Samir Nabiyev (44,34m). A vitória ficou com o chinês Guoshan Wu,
Outra pernambucana que subiu ao pódio foi Ana Cláudia Silva, nos 100m, classe T42. A brasileira concluiu a prova em 16s28, atrás apenas da italiana Martina Caironi, que bateu o recorde mundial da prova, com 14s61, e a alemã Vanessa Low, que registrou 15s41.
Três provas encerram neste sábado, 31, a participação brasileira no Mundial. Destaque para o revezamento 4x100m feminino, classes T11-13 (confira mais detalhes abaixo). Edson Pinheiro ainda disputa a decisão dos 100m, T38, e Izabela Campos tenta sua segunda medalha no Mundial, desta vez no arremesso de peso, classe F12.
O Mundial Paralímpico de Atletismo está sendo disputado por 1.315 atletas (incluindo atletas-guia) de 88 países. A competição ocorre até o dia 31 de outubro, em Doha, no Catar.
Programação dos brasileiros – sábado (31/10)
16h04 – Izabela Campos – final do arremesso de peso (F12)
16h26 – final do revezamento 4x100m T11-13 feminino (Alice Corrêa, Terezinha Guilhermina, Thalita Simplício, Jerusa Geber, Jhúlia Karol)
16h58 – Edson Pinheiro – final dos 100m (T38)
Todas as provas estão no horário local (5h à frente em relação ao horário de Brasília).
