O para-atleta radicado em João Pessoa Petrúcio Ferreira marcou seu nome na história dos esportes paralímpicos na manhã desta sexta-feira. É que ele conquistou o título dos 200m da classe T47 e, de quebra, estabeleceu novo recorde da prova com o tempo de 21seg49 no Open Internacional de Atletismo e Natação, realizado em São Paulo. Aos 18 anos, Petrúcio deixou para trás a antiga marca de 21seg74, que foi cravada ainda nas Paralímpiadas de Pequim, em 2008, pelo australiano Francis Heath.
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Uma prova, dois novos recordes mundiais. Assim encerrou-se neste sábado, 25, o Open Internacional Caixa Loterias de Atletismo e Natação 2015, disputado no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, o Complexo Esportivo do Ibirapuera, em São Paulo. Mateus Evangelista e Rodrigo Parreira foram os responsáveis pela cereja no bolo da maior competição paralímpica internacional disputada no Brasil desde os Jogos Parapan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
Matues e Rodrigo fizeram parte da mesma prova, o salto em distância. Como houve a mesclagem das classes T36 e T37 (paralisados cerebrais), competiram lado a lado. E, igualmente juntos, puderam quebrar os recordes mundiais que prevaleciam em suas divisões. Na primeira, Rodrigo Parreira registrou 5,53m, nove centímetros a mais do que o ucraniano Roman Pavlyk, que detinha a antiga marca: 5,44m. Mateus, por sua vez, saltou 6,34m, três centímetros mais longe que o russo Gocha Khugaev pulou para conseguir o ouro nos Jogos de Londres-2012.
“Eu vinha trabalhando no ano passado e faltou um pouco para eu bater. Agora, no Open, consegui encaixar a corrida e o recorde aconteceu. Agora tenho de trabalhar um pouco mais, que tem o Parapan e o Mundial, onde quero bater o recorde novamente”, diz Mateus, nascido em Porto Velho (RO), e que recentemente completou 21 anos.
“Estou me sentindo muito emocionado. Não tenho nem palavras para descrever a sensação. Estou feliz, emocionado, querendo chorar (risos)… Mas, graças a Deus, este recorde mundial saiu. Vamos conseguir mais para o Brasil nas próximas competições. Estava treinando para isso, mas não esperava que saísse hoje”, afirma Rodrigo, um ano mais novo que Mateus e radicado em Uberlândia (MG).
Na piscina, o brasileiro Roberto Alcalde, da classe SB5, ficou com a prata no duelo contra o sueco Karl Forsman nos 100m peito, prova da qual Roberto é o atual campeão mundial – título conquistado em 2013, em Montreal. A disputa entre os dois era muito aguardada porque Forsman tem se destacado no estilo nesta temporada e será um forte rival para o brasileiro no Mundial da modalidade, em Glasgow, em julho.
Na final, o sueco levou a melhor com o tempo de 1min36s34, pouco mais de três segundos à frente do brasileiro, que fechou em 1min39s73. O resultado não agradou Roberto, mas o nadador se diz tranquilo. “O tempo foi ruim e eu queria ter ido muito melhor. Tenho que ajustar a volta, porque hoje tinha a certeza que ia passar, mas não consegui. Não fico chateado porque é a primeira competição do ano e sei o que preciso arrumar, e vou ter tempo para arrumar até o Mundial”, diz o catarinense.
Karl Forsman também lamentou não ter feito um tempo melhor e disse que esperava por uma prova difícil contra o brasileiro. “Honestamente, achava que o Roberto nadaria mais rápido aqui, mas também tem a pressão de competir em casa. Sei que ele pode nadar mais rápido e é sempre bom ter um adversário para comparar o tempo. No Mundial, eu espero vencer e melhorar o meu tempo”, afirma o medalhista de ouro no Open 2015.
Para o Mundial, Roberto prometeu estar mais veloz, porém, sabe que as provas serão bem disputadas. “Tenho esse tempo para melhorar e em julho estarei mais rápido”, garante. O atleta já tem índice para a mais importante competição do ano.
Quadro de medalhas
O Brasil ficou com a liderança do quadro de medalhas do Open Internacional Caixa Loterias no atletismo. O país conquistou 65 medalhas no total, sendo 27 de ouro, 21 de prata e 17 de bronze. A segunda posição ficou com a África do Sul, com 22 pódios: 15 de ouro, 5 de prata e 2 de bronze. A Venezuela ficou com o terceiro posto ao acumular 10 medalhas de ouro, 9 de prata e 7 de bronze (26 no total).
Na natação, o Brasil foi o maior vencedor do Open Internacional Caixa Loterias. O país terminou os três dias de provas com 60 medalhas no total, sendo 25 de ouro, 22 de prata e 13 de bronze. A delegação chinesa ficou em segundo, com 23 de ouro, 14 de prata e oito de bronze, somando 45 no total. A terceira potência da competição foi a Argentina, com 24 medalhas, sendo seis de ouro, nove de prata e nove de bronze.
Além do quadro de medalhas, houve também as premiações individuais para as melhores performances da competição. Ao todo, foram distribuídos 30 mil euros em premiações para os 10 melhores atletas de cada gênero e as cinco melhores delegações da competição. Os vencedores entre os homens e as mulheres levaram, cada um, três mil euros (cerca de R$ 9,5 mil).
Premiações – atletismo
Melhor performance masculina – Cicero Valdiran Lins Nobre, Brasil (lançamento de dardo – F43)
Melhor performance feminina – Ilse Hayes, África do Sul (100m – T13)
Premiações – natação
Melhor performance masculina – Daniel Dias, Brasil (100m livre – SB4)
Melhor performance feminina – Maja Reichard, Suécia (100m peito – SB11)
