Queniana Jeptoo Priscah vence São Silvestre com domínio africano - SóEsporte
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Queniana Jeptoo Priscah vence São Silvestre com domínio africano

A África manteve o domínio na disputa feminina da Corrida Internacional de São Silvestre. Na tarde deste sábado, a queniana Jeptoo Priscah foi a vencedora da prova que contou com um novo percurso e apresentou o tempo mais rápido da história: 48min48 (não oficial).

A definição da São Silvestre-2011 foi marcada pela emoção. Jeptoo Priscah entrou na região do Ibirapuera com a etíope Wude Ayalew muito próxima e contou com longas passadas para assegurar o primeiro lugar.

Na terceira colocação, cruzou Eunice Kirwa, do Quênia. Na sequência, vieram Ejjafini Nadia, da Itália, e Rumokol Chepkanan, do Quênia. A melhor brasileira foi Cruz da Silva, em sexto.

Com o resultado, Quênia alcança a nona vitória na história internacional da competição e mantém o domínio. Já o Brasil segue com cinco títulos e mantém o jejum desde 2006 na disputa.

A Prova – Com tempo nublado, porém firme e até abafado (27 graus e umidade relativa do ar em cerca de 50%), a prova feminina foi iniciada às 17h10. Logo na Avenida Paulista, a elite da prova já começou a experimentar as primeiras mudanças, com uma descida no fim da Avenida Paulista e no acesso para Avenida Doutor Arnaldo. A italiana Ejjafini Nadia e a queniana Nancy Kipron lideram o grupo da frente.

Na passagem pela Rua Major Natanael e pelo estádio do Pacaembu, no segundo quilômetro, a queniana Eunecie Kirwa, tricampeã da Meia Maratona de São Paulo, começou a correr ao lado de Ejjafini Nadia. Duas brasileiras conseguiam manter o ritmo entre as melhores, Marily dos Santos e Cruz Nonata.

No andamento da prova, as atletas começaram a experimentar a diversidade de clima. A chuva voltou a incomodar em alguns pontos do novo percurso da São Silvestre. Mas a ordem era manter o ritmo do início.

Em 21 minutos de disputa, as africanas já estava em vantagem. Jeptoo Priscah, do Quênia, estava à frente, seguida de perto por Wude Ayalew, da Etiópia. O ritmo era alucinante, com menos de 4 minutos por quilômetro percorrido.

Na passagem pelo Viaduto do Chá, ao redor décimo quilômetro, Jeptoo Priscah e Wude Ayalew consolidavam o seu domínio, com a queniana em pequena vantagem, mas cautelosa em relação ao ritmo da adversária, olhando para trás e observando a posição da etíope.

Na subida da Avenida Brigadeiro Luis Antônio, Wude Ayalew chegou a assumir a liderança, mas logo Jeptoo Priscah reassumiu o comando da prova. Ambas chegaram juntas ao novo trecho final, após o cruzamento com a Avenida Paulista.

As duas africanas alcançaram o reta decisiva praticamente juntas. Mais alta, Jeptoo Priscah apostou em longas passadas e cruzou a linha de chegada com o novo recorde (48min48).

O atletismo africano também venceu a disputa masculina da Corrida Internacional de São Silvestre. Mas, ao contrário da prova feminina, o etíope Tariku Bekele dominou o percurso com tranquilidade a partir da segunda metade e cruzou a linha final com 43min35 (não oficial).

Com o resultado, a Etiópia vence a São Silvestre pela segunda vez. Assim, Quênia permanece como o maior vencedor da história, 12 títulos, um de vantagem sobre o Brasil. Na sequência da classificação, vieram os quenianos Mark Korir, Matthew Kisorio e Martin Lel. Em quinto lugar, cruzou o marroquino Najin El Qady. O melhor brasileiro foi Damião de Souza, em sétimo, enquanto o atual campeão, Marilson Gomes dos Santos, foi o oitavo.

A Prova – A disputa da elite masculina foi iniciada às 17h27, junto com o todo o público e seus personagens. O queniano Mark Korir foi o destaque do início da disputa e partiu para impor um ritmo forte.

Na passagem pela Rua Major Natanael, na região do estádio do Pacaembu, os representantes encontraram uma chuva mais forte. Hafid Chani, do Marrocos, comandava o grupo da ponta que também tinha os brasileiros Marílson Gomes dos Santos e Damião de Souza.

No fim da Avenida Pacaembu, os africanos começaram a apertar o ritmo. Matthew Kisorio estava à frente em um grupo com quatro africanos. Os brasileiros já amargavam cerca de 100 metros de desvantagem.

No sétimo quilômetro, quatro africanos se consolidaram na frente: os quenianos Mark Korir, Matthew Kisorio e Kibet Ducan, além do etíope Tariku Bekele. Marílson Gomes dos Santos continuava perdendo terreno e tinha 120 metros de desvantagem.

Ao integrar a Avenida Rio Branco, Tariku Bekele encontrou uma chuva muito forte, contudo começou a ganhar espaço em relação aos quenianos. O etíope aparentava tranquilidade em relação à estratégia.

Tariku Bekele alcançou o décimo quilômetro com 28min30 de prova. O africano mantinha entre 19 e 20 km/h antes da subida da Avenida Brigadeiro Luis Antonio. E, a partir, apenas administrou a vantagem para cruzar sem dificuldades, com o tempo de 43min35.

Jaciel Paulino fatura o tri para cadeirantes e aprova novo trajeto

Por Fellipe Lucena

Djalma Vassão/Gazeta Press
Jaciel Paulino fatura o tri para cadeirantes e aprova novo trajeto
Jaciel venceu a corrida pela terceira vez

O pernambucano Jaciel Antonio Paulino, de 38 anos, é o campeão da Corrida Internacional de São Silvestre de 2011 na categoria cadeirantes. Ele concluiu o trajeto de 15 km em 47min08s e subiu ao lugar mais alto do pódio pela terceira vez – venceu também em 2007 e 2009. O segundo lugar ficou com Carlos Neves de Souza (49min36s) e o terceiro posto é de Heitor Mariano dos Santos (53min17s).

O principal concorrente era Fernando Aranha, pentacampeão da tradicional prova paulistana e vencedor em 2010. O favorito, no entanto, teve de abandonar a disputa com um pneu furado. “Eu estava uns 20 metros na frente dele quando aconteceu essa infelicidade. Acho que daria para chegar em primeiro mesmo se ele continuasse, mas não dá para saber, depende do dia”, explicou Jaciel, que aprovou o novo percurso da prova.

A mudança mais significativa para 2011 foi a troca do local da chegada da Avenida Paulista para o Obelisco do Ibirapuera, mas Jaciel Paulino apontou o início do trajeto como diferencial. “O melhor é poder chegar rápido à Paulista. Quando vi, já estava lá”, surpreendeu-se. “A gente desce bastante e roda pouco no plano antes de subir a Brigadeiro, então chegamos mais inteiros, com gás total. Antes, chegávamos cansados nesse ponto, era sofrido para nós e para os corredores comuns”.

Foi a sétima vez que Jaciel disputou a São Silvestre. Terceiro maior vencedor, ele sonha chegar ao topo da lista, mas não sabe se será possível. “Além do Aranha, que já ganhou cinco vezes, tem o Beto, um argentino que é nosso amigo e é hexacampeão. Eu estou chegando nos caras, vamos ver… O problema é que estou ficando velho”, brincou.

Novo trajeto é unânime

Não foi apenas o vencedor que aprovou a mudança de percurso da São Silvestre para este ano. Carlos Neves de Souza e Heitor Mariano dos Santos, segundo e terceiro colocados respectivamente, também fizeram elogios após cruzarem a linha de chegada.

“Eu fiquei preocupado, falavam que seria perigoso porque tinha muita descida. Mas não é nada daquilo que eu pensei. O único problema foi a chuva no início da prova, que deixou o chão molhado e fez a cadeira escorregar demais. Tirando isso, foi perfeito. O percurso é show de bola e espero que continue no ano que vem”, analisou Carlos Neves.

“Achei muito legal, apesar das descidas íngremes. Faltou um pouco de sinalização para quem não conhecia o trajeto, algumas placas indicando onde virar, mas estou muito feliz. É muito gratificante chegar em terceiro”, emendou o estreante Heitor Mariano, que não disputou a prova antiga nenhuma vez.

Vencedora solitária

Angelina Nascimento da Silva, única mulher a competir entre os cadeirantes, completou a prova em 1h35min26s. A baiana de 46 anos disputa a São Silvestre há dez anos e garante que estará em São Paulo novamente no ano que vem.

Além dos cadeirantes, a prova também abriu espaço para atletas com deficiência intelectual, física, visual e auditiva.

Gazeta Press

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