Verstappen terá que fazer serviço comunitário por xingar em coletiva
Apenas um dia depois de uma polêmica discussão iniciada pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA) sobre palavrões nas transmissões da F1, Max Verstappen acabou “pego” pela entidade. Ele foi investigado e punido com serviços comunitários porque xingou durante a coletiva de imprensa do GP de Singapura, nesta quinta-feira.
O tricampeão havia sido questionado sobre a disparidade entre seu desempenho na corrida passada, no Azerbaijão, e a do colega Sergio Pérez, que se encaminhava para o pódio em terceiro lugar pouco antes de bater com Carlos Sainz a duas voltas do fim:
- Não sei, dizer, cara. Configurações diferentes. Assim que cheguei à classificação (no sábado) sabia que o carro estava f… Sim, eu tentei otimizar o carro o tempo todo mas não deu certo. Então, eu sabia que estava preso a ele. Na corrida, ele não estava com o ajuste correto, então você fica preso atrás de dois carros no meio da corrida, acaba com seus pneus. Basicamente, tudo deu errado desde a classificação porque as regras não permitem que você mude nada no carro. Você está preso a ele.
No dia seguinte, nesta sexta-feira, os comissários analisaram a fala do piloto e apontaram que a palavra de baixo calão infringiu o artigo 12.2.1.k do Código Internacional Esportivo da FIA, que condena qualquer tipo de mal comportamento direcionado mas não limitado a colegas, funcionários ou representantes da FIA e dos organizadores das etapas.
“A política da FIA é garantir que a linguagem usada em seus espaços públicos, como coletivas de imprensa, atenda aos padrões aceitos em geral para todos os públicos e transmissões. Isso se aplica especialmente às declarações feitas pelos participantes dos Campeonatos Mundiais e que são, portanto, referências dentro e fora do esporte. Quando chamado aos comissários, o piloto explicou que a palavra usada é comum em sua fala pois ele a aprendeu assim, já que o inglês não é sua língua nativa. Embora os comissários aceitem que isso possa ser verdade, é importante que os atletas aprendam a ser conscientes ao falar em locais públicos, especialmente quando não estão sob pressão. Verstappen pediu desculpas por seu comportamento”, diz um trecho da sanção.
Essa não é a primeira vez que o holandês da RBR terá que cumprir serviços comunitários como punição. Em 2019, ele precisou comparecer a algumas atividades promovidas pela FIA e até a uma etapa da Fórmula E porque, no fim da temporada 2018, empurrou Esteban Ocon durante uma discussão no GP do Brasil.
A polêmica em torno dos palavrões começou nesta quinta, quando o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, confirmou ue pretende entrar em contato com a Formula One Managment (FOM) para limitar ainda mais o uso de palavras de baixo calão durante as comunicações entre pilotos e equipes nos treinos, classificações e corridas.
Lewis Hamilton foi um dos pilotos a se manifestar sobre o caso: embora tenha concordado com a necessidade de frear os palavrões, ele criticou o dirigente por mencionar rappers de forma generalizada.
Verstappen já havia comentado sobre o tema na quinta e criticado a posição da FIA, reforçando que a decisão de transmitir as comunicações por rádio, muitas das quais contendo palavrões, é da própria F1:
- Vão xingar de qualquer forma. Se não for nesta sala, talvez em outro lugar. Todo mundo fala palavrão. Claro que o insulto é outra coisa. Mas atualmente muitas coisas são transmitidas, ao passo que em outros esportes não se anda por aí com um microfone ligado a você. Aqui as coisas são transmitidas. Quero dizer, se você não divulgar, ninguém saberá. Isso ajudará muito mais do que proibir os pilotos. O carro não estava funcionando, o carro estava f… sim. Desculpe-me pela linguagem, mas vamos lá, o que somos nós, crianças de cinco, seis anos? Mesmo que uma criança esteja assistindo, ela acabará falando palavrão, mesmo que seus pais não o façam ou não permitam. Quando crescerem, andarão por aí com seus amigos e estarão falando palavrões. Isso não vai mudar nada.