“Jornalista é com diploma: registro profissional, direitos trabalhistas, mercado de trabalho, imprensa livre e democrática.” Este foi o tema principal da mesa-redonda que aconteceu ontem (16) pela manhã, no Auditório do Cine Aruanda, localizado no Centro de Comunicação Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCTA/UFPB), Campus de João Pessoa.
A mesa- teve como expositores Margarete Nepomuceno, professora da disciplina Ética, Mercado de Trabalho e Empreendedorismo do CCTA/UFPB; Land Seixas de Carvalho, diretor-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba (SINDJORPB); e Franco Ferreira, vice-presidente da Regional Nordeste I da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). Os trabalhos foram coordenados por João Lucas, representante do Centro Acadêmico (CA) de Jornalismo da UFPB.
Em sua exposição, a professora Margarete Nepomuceno, destacou sobre a quem compete controlar o ingresso na profissão de jornalista e controlar moralmente a profissão; sobre se a questão ainda é: o jornalismo é uma profissão ou um emprego.
De acordo com Margaret, os efeitos da decisão do STF contra a obrigatoriedade do diploma apontam para o aprofundamento da separação do jornalismo em dois mundos: o da universidade e o do mercado. “Retira, portanto, da profissão, seu caráter autonômico do ponto de vista científico/teórico/intelectual para reger estas relações a serem definidas pelas vontades exclusivas do mercado.”
Ela acrescentou que “nesse sentido, quem diz o que é jornalismo são as empresas que se valem dos argumentos ideológicos da objetividade para ostentar o título de defensores dos interesses públicos.”
O diretor-presidente do SINJDORPB, Land Seixas, revelou que a grande maioria dos parlamentares é formada por empresários de comunicação o que dificulta a aprovação das propostas relacionadas à categoria pelo Congresso Nacional e a outra coisa é que somos a única categoria de nível superior que não dispõe de um conselho, pois os empresários têm uma força muito grande no Congresso Nacional.
Segundo Land Seixas, a categoria de jornalista na Paraíba chegou a ter o terceiro maior piso salarial do país, mas hoje como todas as prerrogativas sindicais caíram, inclusive o dissídio coletivo, o piso salarial de jornalista é um dos piores.
O vice-presidente da Regional Nordeste I da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Franco Ferreira, comentou que, no início deste mês, esteve em Brasília com toda a Diretoria da FENAJ, fazendo abordagem corpo com os políticos, e sentiu o clima favorável pela aprovação da PEC do diploma, mas devemos continuar mobilizados até o dia da votação.
Da esquerda à direita: PC, Land Seixas, Marcos da Paz, Franco Ferreira e professora Suely Maux, coordenadora do GRUJORDI/UFPB
Depois das suas respectivas exposições, os palestrantes responderam várias perguntas feitas pelos estudantes do Curso de Jornalismo. A mesa-redonda “jornalista é com diploma” contou com o apoio da professora Suely Maux, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Jornalismo e Diversidade Cultura (GRUJORDI) da UFPB.
Reportagem e Fotografia: Paulo César Cabral