Treze reivindica título brasileiro da Série B de 1986 - SóEsporte
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Treze reivindica título brasileiro da Série B de 1986

O Treze que acaba de formular o pleito pedindo a oficialização do Galo da Borborema do título brasileiro da Série B de 1986.

O Título Brasileiro da Série B de 1986 foi a primeira, e ainda hoje é a maior conquista da história de um Clube de Futebol Profissional Paraibano.
Ele é importante para o Treze neste processo de reconstrução, ao caminharmos orgulhosos de nossas raízes para o Centenário em 2025.

Mas ele é importante também para o engrandecimento do futebol e do desporto paraibano, de forma geral. Ele faz jus à história. É a testemunha de um grande triunfo, que precisa integrar formalmente o acervo do Galo da Borborema.

É o momento deste pleito ser levado e articulado junto à CBF, para o que contamos com o senso de oportunidade e o suporte da Federação Paraibana de Futebol, que estará conduzindo um pleito justo e prestando um valoroso serviço ao esporte do Estado da Paraíba.

TREZE FUTEBOL CLUBE
PRIMEIRO CAMPEÃO INVICTO DO ESTADO
A MAIOR TORCIDA DA PARAÍBA
Fundado em 07 de setembro de 1925

Campina Grande, Paraíba, em 11 de maio de 2023.
OFÍCIO N.º_/2023
À Senhora
Michele Ramalho Cardoso Presidente da Federação Paraibana de Futebol- FPF
Assunto: Reconhecimento do Título Brasileiro da 2º Divisão de 1986

Prezada Presidente, Agradecendo e felicitando ainda pela condução exitosa do Campeonato Paraibano de Futebol Profissional Masculino de 2023, trago à consideração de Vossa Senhoria um tema que reputamos de alta relevância para o Treze Futebol Clube, mas também para a Federação Paraibana de Futebol, e a rigor para todo o futebol e o desporto paraibano.
Sabe-se que o Treze disputou e foi o vencedor do grupo de que participou no campeonato organizado pela Confederação Brasileira de Futebol que equivaleu à 2º Divisão de Futebol Profissional Masculino no ano de 1986.
Para contextualizar, até 1985 a CBF promovia o acesso dos clubes à 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro através de um torneio denominado de Taça de Prata. Em 1986, resolveu-se organizar este acesso através do chamado Torneio Paralelo, que foi disputado por 36 equipes divididas em 4 grupos. O Treze, além do Criciúma, da Inter de Limeira e do Central de Caruaru venceram seus grupos, e ascenderam à 1ª Divisão do Futebol Nacional.

O regulamento não previa critérios de desempate para a declaração de um Campeão, e com isso a divisão de acesso à elite do futebol nacional permanece sem um campeão reconhecido desde então, e sem pronunciamento oficial da CBF neste sentido, mesmo com os clubes reivindicando ao longo dos anos essa condição, por questão de justiça e de registro histórico.
Não é a primeira nem a única vez que clubes dividem a conquista de um torneio de futebol profissional, Esta própria Federação Paraibana de Futebol já o fez em relação ao Campeonato Estadual de 1975, dividido entre Treze e Botafogo de João Pessoa. Mas várias outras federações nacionais e entidades esportivas no exterior, em função das mais diversas situações, já reconheceram títulos compartilhados entre clubes de futebol.

É o caso do Título Carioca de 1907, que somente em 1996 foi reconhecido como dividido entre Fluminense e Botafogo pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, por ausência de critério de desempate no regulamento à época. É também o Caso do Campeonato Mineiro de 1956, dado como dividido em 1959 entre Atlético e Cruzeiro porque uma batalha judicial por perda de pontos em função de um atleta inscrito irregularmente não encontrou solução. Foi também o caso da Federação Paulista de Futebol, que em virtude de um erro do árbitro na contagem das cobranças da disputa de pênaltis entre Santos e Portuguesa no Campeonato de 1973, considerou campeãs as duas equipes. Em 1993, a Federação Cearense de Futebol, sem conseguir consenso para uma disputa judicial relativa a 1992 que envolvia Ceará, Tiradentes, Icasa e Fortaleza, declarou os 4 clubes campeões daquele ano. O Torneio Rio-São Paulo de 1964 teve o Título dividido entre Botafogo e Santos, e o de 1966 entre Botafogo, Santos, Vasco e Corinthians, por não haver mais datas disponíveis para as partidas decisivas. Como se vê, não é incomum a solução.
Mas talvez o exemplo mais próximo do que aqui se pleiteia, Senhora Presidente, é o da Taça Intertoto, disputada até muito recentemente na Europa entre clubes que não se classificavam para as competições principais da UEFA. Até 2008 foi usada como competição qualificadora para o que hoje conhecemos como Europa League, e teve como co-vencedores, grandes clubes europeus que venciam os seus grupos na competição. Assim, dividiram títulos, porque venceram seus grupos, clubes tradicionais a exemplo o Sporting de Portugal, o Lille, o Ajax, o o Hertha Berlin, o Hamburg e o Werder Bremen. Todos ostentam e valorizam orgulhosamente a conquista, de direito, em seus registros históricos.
Vossa Senhoria conhece e tem acompanhado de perto o esforço e o comprometimento desta diretoria em resgatar o prestígio esportivo do Treze, com o Título do Campeonato Paraibano de 2023 sendo um passo importante neste sentido. É parte deste processo, também, restaurar a riquíssima história do Clube, o que estamos fazendo, seja ao recuperar troféus, documentos e peças de memória para a nova sala de exibição que estamos construindo no Estádio Presidente Vargas, seja pleitando o justo reconhecimento e o devido registro histórico das conquistas do Galo da Borborema.
Importante registrar que não há qualquer desvirtuamento nem tentativa controversa de ampliar a extensão de uma conquista legítima para além do que ela inicialmente significou, como a CBF inclusive já fez, por exemplo, reconhecendo a extensão nacional de edições da Taça de Prata e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa a pedido de Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Palmeiras e Santos. Em relação ao pleito do Treze, tudo é muito mais simples e mais claro: a Taça de Prata, o Campeonato Brasileiro da Série B e o Torneio Paralelo compartilham rigorosamente a mesma finalidade, a mesma até hoje: qualificar clubes para a elite do futebol nacional. Não é justo que apenas aos vencedores de 1986 seja negada a honra, apenas porque a entidade organizadora da competição deixou de estabelecer critérios de desempate e de declaração de Campeão, como fez tanto antes quanto depois de 1986.

Tampouco é impedimento para este reconhecimento o fato do acesso ter se dado no mesmo ano em que a divisão de elite foi disputada. O Uberlândia, que venceu a Taça de Prata em 1984, o Paraná, que venceu a Série B em 2000 e o Malutrom, Campeão da Série C também em 2000, disputaram a elite do futebol nacional no mesmo ano de seu acesso, e não tiveram questionados os títulos conquistados no ano nas divisões de origem.
O Título Brasileiro da Série B de 1986 foi a primeira, e ainda hoje é a maior conquista da história de um Clube de Futebol Profissional Paraibano, Senhora Presidente. Ele é importante para o Treze neste processo de reconstrução, ao caminharmos orgulhosos de nossas raízes para o Centenário em 2025.
Mas ele é importante também para o engrandecimento da Federação, do futebol e do desporto paraibano, de forma geral. Ele faz jus à história. É a testemunha de um grande triunfo, que precisa integrar formalmente o acervo do Galo da Borborema.
E é o momento deste pleito ser levado e articulado junto à CBF, para o que contamos com a diligência e sobretudo com a consciência de Vossa Senhoria, de que estará conduzindo um pleito justo, prestando mais um valoroso serviço ao esporte do Estado da Paraíba, e construindo mais um importante marco de seu legado à frente desta Federação.
Minhas cordiais saudações.
José Arthur Melo de Almeida
Presidente do Treze Futebol Clube

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