As vésperas das Olímpiadas as lesões são as vilãs para técnicos e atletas
Com a proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio, as apreensões aumentam entre os atletas e os que participam da sua preparação. Eles precisam evitar lesões para não comprometer sua atuação, neste que é para muitos esportistas, o evento mais importante de suas vidas. O ortopedista e traumatologista Gustavo Borgo explica que as lesões mais comuns durante a prática do esporte estão relacionadas à falhas no programa de treinamento.
Segundo o médico, qualquer pessoa que pratica esporte está sujeita a sofrer lesões. “Nós especialistas sempre indicamos atividades físicas aos pacientes pelo bem estar que ela proporciona a saúde, mas a prática de exercícios sem acompanhamento de um profissional pode levar a diversas lesões articulares, tendíneas ou musculares”, explica. Hoje, é fácil notar instrutores exigindo do esportista aquecimento e alongamento apropriado de acordo com o esporte que pratica.
Lesões nas Olímpiadas
Durante as competições, os atletas buscam vencer seus próprios limites, o que os tornam expostos a riscos maiores de lesões. Esportes de contato certamente causam muita preocupação pelo fato de que, traumas fortes e direto possam causar fraturas, luxações de articulações ou lesões musculares. Não menos importante, muita atenção deve ser dada as modalidades individuais como provas de atletismo, ginástica artística e de aparelhos, judô, ciclismo, triatlo e outras, nas quais notamos aumento de incidência de entorses ou luxações com lesão ligamentar, roturas tendíneas e musculares.
Outro tema de importância são as modalidades em que os membros superiores costumam ser os mais acometidos com lesões, como é o caso dos esportes que executam movimento “de arremesso” do ombro (pólo aquático, handebol, voleibol, vôlei de praia, basquete etc). Para outros como corrida, salto a distância, salto com vara ou futebol, os membros inferiores podem ser os vilões.
“Temos uma preocupação especial com atletas de esportes individuais como do atletismo, judô ou lutas em geral”, conta Dr. Borgo. “Há casos extremos como lesão do lutador de MMA Anderson Silva, em que uma fratura da perna o levou a um procedimento cirúrgico”, lembra o médico, “mas não somente de casos graves vivem os atletas. Em esportes de alto desempenho, qualquer pequena lesão pode ser crucial para o resultado final”.
Inúmeros são os cuidados aqui ressaltados pelo ortopedista. A prevenção deve se iniciar com um bom planejamento no programa de treinos, pensando especificamente na data da competição. Um trabalho de base deve ser feito, buscando o melhor condicionamento nutricional, mental e físico com a melhor elasticidade e força muscular, dentro das necessidade de cada modalidade esportiva. Só isso garantirá o melhor desempenho longe de lesões.
É importante lembrar os benefícios que a modernização do atendimento a saúde possibilita. As técnicas modernas de tratamento de lesões articulares e musculares aplicadas em atletas profissionais, são hoje amplamente usadas em atletas amadores, sejam eles de alto ou baixo rendimento. Um exemplo concreto é o aumento do número de cirurgias de joelho e ombro realizadas por artroscopia, técnica essa realizada hoje por especialistas após um tempo relativamente longo de formação.
Sobre o Dr. Gustavo Borgo
Médico formado pela Universidade de São Paulo e especialista em Ortopedia e Traumatologia pelo o Instituto de Ortopedia e Traumatologia HCFMUSP. Construiu sua carreira passando por diversos hospitais exercendo a medicina de emergência. Com especialização em Cirurgia de Ombro e Cotovelo já atuou colaborando na formação dos residentes em Ortopedia no IOT. Integra a equipe médica do Hospital Samaritano de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein. Fundou este ano o Grupo de Ombro e Cotovelo do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (Grande SP), onde desenvolve pesquisa científica, ensino da especialidade aos médicos residentes de ortopedia, atendimentos especializados e realização de procedimentos cirúrgicos de variadas complexidades, trazendo inúmeros benefícios aos usuários do SUS.
