Palco do esporte amador, Clube Cabo Branco se aproxima do centenário com muito profissionalismo - SóEsporte
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Palco do esporte amador, Clube Cabo Branco se aproxima do centenário com muito profissionalismo

O presidente do Cabo Branco, Antonio Toledo (E) ao lado do técnico de futsal, Nildo. Foto - www.soesporte.com.br

O Esporte Clube Cabo Branco é, possivelmente, o maior palco do esporte de João Pessoa. Em quase cem anos de existência, a trajetória do clube extrapola, inclusive, o cenário desportista. Por suas dependências desfilaram, também, os fatos culturais, políticos e sociais da Paraíba.

Mas em um passado recente o Cabo Branco por pouco não teve que fechar as portas. Dívidas que, somadas, chegavam aos  6 milhões de reais, deixaram o  clube literalmente no vermelho.

Para salvar o clube, resgatar a tradição e reconduzir o Cabo Branco novamente para o caminho vitorioso que ele sempre trilhou, era preciso recorrer a alguém que tivesse o perfil de menanger, mas com o espírito e alma de atleta.

Foi ai que entrou em cena Antônio de Souza Toledo.

O atual comandante do clube sempre teve o esporte na essência. Ainda muito jovem ele começou praticando futebol de campo no bairro de Jaguaribe. Defendeu as cores vermelha e branca no basquete – esporte que o levou até a seleção Paraibana – e ainda fez parte do atletismo no Exercito.

Depois que Toledo deixou de competir ele ocupou os cargos de conselheiro e diretor de esporte do clube. Logo se tornou presidente, mas sempre carregando o DNA de atleta. E ele precisaria do instinto de competidor para salvar o clube que estava a beira da falência.

A primeira medida adotada por Antônio Toledo foi queimar algumas gorduras que acabavam pesando demais no balanço financeiro do clube. Até os carnavais tiveram que ser sacrificados por um período de cinco longos anos.

Depois convocou uma Assembleia, como manda o estatuto, para discutir o pagamento das  dívidas, a maioria fiscais. Eram débitos municipais, estaduais e federais. A saída encontrada foi dolorosa: era preciso se desfazer de parte do patrimônio.

Mas aos poucos as duras medidas passavam a dar resultados e o Cabo Branco começava a reagir. Muito por conta do que o presidente considera como a principal marca de sua gestão: fazer o clube funcionar como uma empresa.

Um bom exemplo disso foi a parceria bem sucedida feita com o jogador de vôlei de praia Ricardo, o que permitiu a instalação da academia de musculação do atleta, a R1, no interior do clube. Até o final do próximo ano, será construída uma moderna faculdade anexa ao Cabo Branco que trará grandes incentivos ao esporte.

“Hoje o clube se tornou viável, mas isso foi fruto de um trabalho árduo da minha equipe. Depois de sanadas todas as dívidas foi possível reformar a quadra de tênis e o gramado do campo de futebol. A promessa é de quando passar a administração para a próxima gestão, o clube esteja com os cofres abastecidos com 1 milhão de reais”, disse Antônio Toledo.

O Clube Cabo Branco oferece diversas modalidades para a prática de esporte. Desde os tradicionais futebol, futsal, natação, vôlei e basquete, até os menos conhecidos da população como badminton, Ken-do, aikido e karatê.

O momento é tão positivo que até quem andava distante nadando em outras piscinas, voltou para o lugar onde nasceu para o esporte. Talvez o exemplo mais emblemático dessa redenção do Cabo Branco seja o nadador Kaio Márcio, que hoje treina e defende novamente as cores do clube.

Enfim, o Cabo Branco segue mais firme do que nunca ao se aproximar do seu primeiro centenário. E a receita parece ser o fato de um clube do esporte amador ser conduzido pela paixão de um atleta, mas com competência profissional.

Por Maxwell Oliveira, estudante de Comunicação da UFPB

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